Terra Yanomami em Roraima. Foto: Leonardo Prado/PGR

Urihi Associação Yanomami denunciou através de um ofício o risco de genocídio ou dizimação indígenas isolados, como o grupo Moxihatëtëa. Eles vivem dentro da Terra Indígena Yanomami, na região do extremo norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, na Amazônia brasileira.

Até a metade da década de 1990, os Moxihatëtëa eram considerados desaparecidos. Em junho de 2011, esse povo – que é um subgrupo da etnia Yanomami de denominação Yawaripë – foi localizado pela Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’Kuana (FPEYY) e a Hutukara Associação Yanomami (HAY), durante uma atividade de reconhecimento aéreo.

No oficio a Urihi Associação Yanomami relata a morosidade da retirada de garimpeiros e criminosos da região onde vivem os Moxihatëtëa. O documento relata a existência de um vídeo feito na região onde vivem os povos isolados com a seguinte frase: “índios canibais em Roraima”.

O objetivo de passar a informação falsa é que as pessoas acreditem e ataquem os indígenas indefesos acreditando serem canibais. Com a exterminação dos indígenas a região ficaria livre para exploração ilegal e desmatamento.

“Dessa forma, o garimpo na Terra Yanomami ganha contornos ainda mais sensíveis, tendo em vista o risco de dizimação ou genocídio do grupo isolado, sendo imprescindível que as agências federais, conjuntamente com a atuação de coordenação, articulação e cooperação da União Federal, mobilize forças de comando e controle de diferentes ministérios (Ministério da Justiça, Ministério da Defesa) para apoio ao exercício de poder de polícia ambiental e socioambiental requerido”, diz um trecho do documento.

Nos anos 1990, os Moxihatëtëma circulavam ocasionalmente nas regiões dos rios Catrimani, Mucajaí e Apiau, diz a Funai. “Nessa época, se ouvia falar de ataques armados contra eles por garimpeiros e de conjecturas sobre o possível desaparecimento do grupo devido às doenças e à violência. Alguns contatos esporádicos foram relatados no decorrer da década, mas apenas em 2011 se teve a comprovação de que não haviam desaparecido.”

Hoje, o maior risco à integridade dos Moxihatëtëa, diz a Funai, são os garimpos. “Mas a ameaça é comum a todos os coletivos indígenas da TI Yanomami.”

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