A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima (Sesau) emitiu alerta para febre amarela após a confirmação da morte do agente da Polícia Federal (PF) Rafael Bruno Nogueira Soares, de 38 anos. Ele morreu em agosto, mas somente na segunda-feira, 30, a Sesau recebeu o laudo que confirmou que a causa do óbito foi pela doença.
A última morte registrada pela doença no Estado ocorreu em 2007, há 16 anos. Com o diagnóstico, a Pasta ressaltou a necessidade de a população se vacinar contra a febre amarela. Em 2023, apenas 31,74% dos moradores de Roraima se imunizaram contra a doença.
De acordo com números fornecidos pela Sesau, de 2018 para 2022, foi registrado uma queda de 28,16% no número de vacinados contra a doença.
Rafael Bruno morreu no dia 31 de agosto deste ano, depois de três dias internado em estado grave no Hospital Geral de Roraima (HGR), a maior unidade pública do Estado. O exame que confirmou ser febre amarela é do Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. A morte dele também foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista.
Rafael Bruno atuava no Canil da PF em Roraima. O agente começou a sentir sintomas no dia 27 de agosto, com relato de febre, vômitos intensos e muita dor no corpo. Um dia depois, ele buscou atendimento em uma unidade de saúde particular e, no dia 29, foi ao HGR, “onde foi internado devido à gravidade do caso. A morte ocorreu no dia 31 de agosto de 2023”, disse a Pasta em nota à imprensa. Procurada para comentar o caso, a Superintendência da Polícia Federal em Roraima não respondeu à reportagem.
Inicialmente, a Sesau havia dito que ele não tinha comprovante de vacina, mas após a esposa contestar, a Pasta corrigiu e disse que somente hoje teve acesso à foto do cartão de vacina do policial, que tem o registro da vacinação. A imagem foi encaminhada pela equipe de busca-ativa da Secretaria Municipal de Saúde.
A secretaria também informou que vai reforçar aos gestores municipais sobre as medidas a serem implementadas na vacinação, para que os profissionais de saúde fiquem alertas, em caso de pessoas provenientes de áreas de garimpo e regiões de mata, aos sinais e sintomas. Além disso, as atenções também serão redobradas para pessoas que apresentarem os sintomas e tiverem contato com macacos mortos em qualquer lugar (fazendas, sítios e regiões de mata).
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença hemorrágica causada por um vírus do gênero flavivírus, que se destaca entre as doenças infecciosas imunopreviníveis. Ela é comum em 47 países de baixa e média rendas, nos continentes africano e sul-americano. Os sintomas iniciais da febre amarela são: febre; calafrios; dor de cabeça intensa; dores nas costas; dores no corpo em geral; náuseas e vômitos; fadiga e fraqueza.
Segundo estimativas, no período de 2000 a 2021, a doença apresentou taxa de letalidade de 47,8%, considerada elevada por se tratar de uma doença infecciosa potencialmente imunoprevenível.
A recomendação, agora, é se acaso localizar algum macaco morto que não toque no animal. Imediatamente, deve ser comunicada a localização precisa do animal para que uma equipe da CGVS se desloque ao local para coleta de material para identificação viral. O primeiro alerta da circulação do vírus da febre amarela é a morte de macacos.