O preço médio das passagens aéreas em viagens nacionais, entre janeiro e julho de 2023, ficou em R$ 574,13. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que o valor é R$ 56,50 mais barato se comparado ao mesmo período do ano passado, quando fechou em R$ 630,63. O cenário não se repete nos Estados do Norte, já que o valor médio dos bilhetes aéreos neste ano não ficou abaixo de R$ 800.
A insatisfação com os preços foi alvo de debate em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, nesta terça, em Brasília. A audiência foi convocada pelo deputado Josenildo Abrantes (PTD-AP).
“O transporte aéreo é uma necessidade. A combinação de tarifas mais altas e opções reduzidas de voos limita o acesso ao serviço de transporte aéreo e deixa de fora do mercado um conjunto de consumidores“, reforçou o parlamentar.
O objetivo dos parlamentares foi tratar do alto preço das passagens aéreas e a redução de voos para alguns lugares, sobretudo, aos Estados da Região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).
O ministro do Turismo, Celso Sabino, participou da audiência e pediu atenção do Congresso Nacional para medidas que possam mudar o cenário. Também elencou como fatores que causam os preços altos de passagens aéreas no Brasil os valores dos combustíveis, os tributos, as ações judiciais e a baixa competitividade.
“Uma de nossas metas é a questão da conectividade. Precisamos melhorar a nossa infraestrutura, o nosso saneamento básico. Quando tivermos mais empresas, quem regulará o mercado será o próprio mercado, e não o CDC [Código de Defesa do Consumidor] e nem o Congresso“, disse o ministro.
Nos 12 meses de 2022, o preço médio da passagem de avião no País registrou o maior valor na série histórica da Anac, iniciada em 2011. A tarifa média no ano passado foi de R$ 644,5. O valor é R$ 113 mais caro que o de 2021, além de R$ 126 maior que o de 2019, antes da pandemia de coronavírus.
“A gente precisa encontrar qual é a agenda estruturante que o governo, parlamento e setor produtivo podem e devem percorrer conjuntamente para que a gente possa voltar a competir mais, a ter mais oferta e, consequentemente, ter melhores preços também“, reforçou Jurema Monteiro, presidente da Associação das Empresas Aéreas (Abear).