Antonio Denarium. Foto: Secom RR

Nesses 35 anos de criação do Estado, Roraima tem mesmo o que comemorar? Não digo nunca por nossa gente, tampouco pelos avanços que o tempo e o progresso se incumbiram de fazer por nós. Mas, no eixo político, nós temos razões para celebrar?

É nítido que ainda estamos em processo de desenvolvimento, até por nossa pouca idade, porém, com políticas públicas sérias e menos gente corrupta ocupando o Palácio Senador Hélio Campos – ao longo dessas três últimas décadas e meia – onde é que nós já poderíamos estar? Eu respondo: bem acima.

Fiquei reflexivo nesta data sobre o que poderíamos ser hoje, mesmo que só com 35 anos de reconhecimento jurídico enquanto Estado. Quão grande seríamos se quem segura a caneta realmente se importasse com os nossos potenciais? Em qual nível estaríamos, se o govenador ou a governadora que ali estivesse, cumprisse suas promessas de fazer o bem comum, e não somente para grupos específicos.

São reflexões que eu compartilho, e que são muito pertinentes, sobretudo a você que quer ver o nosso Estado ir para frente – de verdade e para todos.

Se o ocupante do Palácio quisesse realmente ver nossa gente se desenvolver, não se preocuparia com a reprodução costumeira de sua política de pão e circo, com direito a churrasquinho e sorteio de carros, enquanto pessoas morrem sem a estrutura mínima necessária em uma maternidade que funciona debaixo de uma lona improvisada.

Enquanto Antonio Denarium hoje elenca benfeitorias imaginárias na tv, elege prioridades errôneas para a maioria de nossa gente, responde a processos que possivelmente o retirarão do cargo, nós ficamos nesta data presos ao “e se?”, ao “como seria?”. Que lástima. Podemos tão mais.

O que poderia ser de nosso turismo, tão rico e tão cheio de potencialidades naturais? O que seria da nossa logística, que só represa o avanço e nos isola do restante do país. Nossas escolas, hospitais, e nossos equipamentos públicos, como o parque Anauá e as feiras. Como seriam? E nossa cultura, onde já teria chegado se o Poder Público a levasse a sério? Quão grande já seríamos?

Como seria ter acesso a serviços de excelência, se hoje ainda lidamos com problemas de fornecimento de água, energia e internet? Qual tamanho teria a nossa indústria e comércio, que hoje rastejam em luta contra números reais em seus caixas, enquanto uma realidade paralela é divulgada nos balanços do próprio governo.

Como seria investir no agronegócio aqui, sem o receio de ser sabotado por não integrar a cúpula master do setor por aqui? Como seria ter um governo que protege os indígenas ao invés de atacá-los? Como seria ter um governo que capacita e qualifica seus trabalhadores? Como seria?

Acho que hoje, sinceramente, é dia de refletir por quais caminhos queremos seguir se quisermos ver Roraima avançar, para além do comercial do Governo. Sem se prender a relatos isolados de sucesso, com todos nós produzindo e vencendo, como deveríamos estar.

Que o tempo nos mostre caminhos realmente de progresso para o nosso tão jovem e explorado Estado. Isso é só questão de escolha.

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