Deputado federal Nicoletti (União Brasil). Foto: Divulgação

Com pelo menos três causas ganhas na Justiça roraimense, três ex-funcionárias do deputado Federal Nicoletti (União-RR), tentam receber indenizações que juntas chegam a casa dos R$ 80 mil. As acusações que levaram à condenação do PSL, partido que era dirigido pelo parlamentar, e que agora fundiu-se ao DEM, tornando-se o União Brasil, estão sem um desfecho por falta de localização de bens para penhora da dívida trabalhista.

Com casos que se arrastam desde 2021, após a campanha do deputado a prefeito da capital, três ex-colaboradoras do PSL, uma delas secretária pessoal do presidente do partido, Nicoletti, o acusam de assédio moral e do não cumprimento de direitos trabalhistas. “Não existia folga, nem hora extra, e o tratamento dado às funcionárias era humilhante. Desenvolvi transtornos psiquiátricos respaldados por dois laudos médicos, após trabalhar com o deputado”, contou a ex-secretária pessoal.

“Fui obrigada a mentir várias vezes por ordem dele, fui humilhada, xingada, na frente de testemunhas que já falaram à justiça. Além de toda a parte moral, a questão trabalhista foi deixada de lado pelo partido. Processamos por desvio de função, não cumprimento de aviso prévio, e pelos abusos morais dos mais diversos tipos”, disse.

“Nós trabalhávamos de domingo a domingo, não tínhamos folga, não tínhamos horas extras pagas, ele [Nicoletti] determinava que assinássemos a folha de ponto dentro dos horários comerciais, senão, ficaríamos sem os salários. Isso a gente trabalhava de manhã, de tarde e à noite. Eu era secretária direta dele, não tive vida pessoal, ele não queria saber se eu tinha família ou problema, era sempre aos gritos”, declarou.

“Ele perdeu a eleição para prefeito dia 3 de novembro [2021], dia 17 nós fomos informadas da demissão pelo coordenador do partido, que hoje é o presidente do Detran, Coronel Álvaro [Duarte], e nem aviso prévio cumprimos. No processo eles alegaram que a gente cumpriu aviso, mas é mentira. Nós fomos coagidas a assinar documentos pelo contador do partido, e provei isso em juízo. Ou assinava, ou não recebia os pagamentos”, contou.

“Eu passei por muita coisa, muita humilhação. Eu desenvolvi síndrome do pânico, depressão, ansiedade, vivo a base de remédios controlados. Eu tenho laudos que comprovam isso. Não posso sequer ouvir uma propaganda dele na televisão que já desencadeia algo ruim em mim”, contou a mulher.

O Roraima1 teve acessos aos processos que já foram sentenciados pela justiça. A pedido das ex-funcionárias, seus nomes não serão revelados. Segundo as denunciantes, Nicoletti não manteve os bens do PSL no nome do partido, e nem compareceu à última audiência de conciliação para honrar os pagamentos. A justiça não encontrou nenhum patrimônio do PSL para penhorar, para o pagamento das dívidas trabalhistas. A ação agora deve ir em busca do União Brasil, para tentar realizar os bloqueios.

Procuramos a assessoria de comunicação do deputado Nicoletti para comentar as acusações pessoais e os processos contra o PSL. O espaço foi aberto mas não houve resposta até o fechamento da reportagem.

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