O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, no discurso de abertura da 78º Assembleia Geral da ONU, na manhã desta terça-feira (19), que o desmatamento da Amazônia diminuiu drasticamente nos oito primeiros meses do seu terceiro mandato. Ressaltou ainda a preocupação do seu governo com novos modelos de energia.
“No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível. Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo. 87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis”, afirmou Lula.
“A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano. É enorme o potencial de produção de hidrogênio verde. Com o Plano de Transformação Ecológica, apostaremos na industrialização e infraestrutura sustentáveis”, completou.
Em seguida, o presidente brasileiro falou dos esforços para frear o desmatamento da Amazônia, além de outros crimes na floresta.
“Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais. Ao longo dos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%. O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si.”
Lula lembrou que, mês passado, o Brasil sediou a Cúpula de Belém, “no coração da Amazônia”, e lançou nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma. “Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região”, lembrou.
Ele disse ainda que o Brasil aprofundou o diálogo com outros países detentores de florestas tropicais da África e da Ásia.
“Queremos chegar à COP 28, em Dubai, com uma visão conjunta que reflita, sem qualquer tutela, as prioridades de preservação das bacias Amazônica, do Congo e do Bornéu-Mekong a partir das nossas necessidades”, afirmou.
Lula aproveitou para cobrar os países ricos por mais recursos contra o desmatamento de florestas.
“Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade. A promessa da destinação dos 100 bilhões de dólares dos países ricos precisa deixar de ser uma promessa”, destacou o brasileiro.