A mobilização contra o Marco Temporal em Roraima iniciou nesta segunda-feira, 5, e está prevista para ser encerrada na sexta-feira, 9, na Praça do Centro Cívico de Boa Vista e no Centro Makunaima, da Terra Indígena São Marcos (TI São Marcos – Xavante), localizada no município de Pacaraima. As manifestações lutam contra o Projeto de Lei (PL) nº 490/07 que pretende alterar o Estatuto dos Povos Indígenas (Lei n° 6.001/1973).
De acordo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), aproximadamente 200 lideranças indígenas estão presentes na mobilização. O objetivo central do evento é sensibilizar tanto a população local quanto as autoridades para a relevância de preservar e garantir o reconhecimento dos direitos territoriais das comunidades tradicionais no estado de Roraima.
Para o coordenador do CIR, Edinho Batista, a luta segue por tempo indeterminado. “Os nossos direitos estão sendo atacados, o projeto é inconstitucional. Antes de nós, os territórios já eram ocupados por nossos ancestrais, e vamos seguir na luta por tempo indeterminado”.
Para a coordenadora estadual da juventude indígena, Raquel Wapichana, a mobilização visa os direitos dos povos indígenas, em favor da vida e da democracia. “Os nossos direitos estão sendo violados e nós povos indígenas temos sofrido grandes retrocessos durante vários anos. Agora, nós estamos aqui, na maior mobilização que está ocorrendo a nível nacional”.
Comitiva em Brasília
Segundo informações do CIR, uma comitiva formada por 11 líderes indígenas de Roraima está desempenhando um papel ativo na manifestação em Brasília contra o Marco Temporal. Além de reforçar os atos que ocorrem no próprio estado, as lideranças também estão representando Roraima na capital federal.
A professora Cristiele Lima presente no acampamento como representante do povo Wapichana ressalta que o Marco Temporal representa um retrocesso nos direitos dos povos indígenas. “Nós estamos aqui com todos os povos indígenas do Brasil, nesta mobilização tão importante contra o Marco Temporal, uma coisa que vem nos prejudicando. Um retrocesso dos direitos dos povos indígenas.”, disse Cristiele.Já o líder da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Walter de Oliveira, destaca a importância dos territórios indígenas e da preservação do meio ambiente. “É um momento histórico em estar aqui representando o nosso povo de Roraima, mas também lembrando das preocupações que temos nas nossas terras, porque quando se fala dos povos indígenas, também se fala de meio ambiente e preservação […] Existe uma situação grave em nosso estado em relação ao meio ambiente, principalmente na Terra Indígena Yanomami, que sofre consequências gravíssimas”, declara Walter.
– O Marco Temporal foi erigido à luz das condicionantes estabelecidas pelo STF quando da homologação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Os indígenas, se querem ser cidadãos, como dizem que são quando exigem seus direitos, têm que aprender a aceitar e obedecer à lei. Ponto!!!