Com 141.000 hectares atingidos pelo fogo, Roraima foi o estado que mais queimou em fevereiro, segundo os dados do Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Cerca de 57% de toda a área queimada no mês no país está no estado que também sofre com a atuação criminosa de garimpeiros que invadiram as terras Yanomami. Os municípios mais afetados foram Pacaraima, Amajari e Normandia.
“O padrão de área queimada em Roraima pode estar relacionado a características climáticas e ambientais únicas do estado. Roraima está localizado no hemisfério norte, enquanto a maior parte dos demais estados se localiza no hemisfério sul. Dessa forma, enquanto o período de seca em boa parte do país ocorre entre os meses de maio a setembro, em Roraima os meses de seca ocorrem entre dezembro e abril”, diz Luiz Felipe Martenexen, pesquisador no IPAM e no Monitor do Fogo.
Em comparação com janeiro, o fogo em Roraima teve uma alta de 19% em fevereiro. Vegetações campestres nativas, como os lavrados, correspondem a quase tudo, 98%, do que foi queimado no estado no último mês.
“Os campos desempenham um papel fundamental na manutenção dos ciclos naturais essenciais para a vida, como o do carbono e do nitrogênio, além de contribuírem para a absorção e distribuição de água pelo solo. Por essa relação interdependente e complementar, medidas de proteção da biodiversidade devem considerar ecossistemas como um todo para serem efetivas”, diz Vera Laisa Arruda, pesquisadora no IPAM.
Ao todo, 239.000 hectares foram queimados no Brasil em fevereiro, uma área 16% menor do que a registrada no mesmo mês de 2022. A Amazônia foi o bioma mais atingido, com 230.000 hectares, ou 90% da área queimada no país no mês.