O drama vivido pelo Povo Yanomami em Roraima, resultado da invasão de não indígenas, do garimpo ilegal e a falta de atenção à saúde – situações intensificadas durante o governo do (ex-presidente) Bolsonaro – principalmente, pelas mulheres e crianças, é o grande destaque deste ano para as ações que marcam o Dia Internacional da Mulher, organizado pelos movimentos sociais.
“A dor de uma é de todas nós! Seguiremos lutando e vigilantes até que todas estejam livres de toda forma de violência e de ameaças ao seu viver!”. Essa é a chamada que convida as mulheres para participar da vigília “Pela Vida de Todas as Mulheres: justiça para as Yanomami”, marcada para dia 7 (terça-feira), a partir das 18h, na Praça do Centro Cívico.
Para a advogada e integrante do Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur), Sophia Moura, é lamentável que as mulheres ainda tenham que lutar por seus direitos básicos, como o direito aos seus corpos e o direito de seguirem vivas.
“Num dos estados mais violentos para meninas e mulheres como é Roraima, ser mulher é sinônimo de força, coragem e resistência. Aqui, ainda temos o agravo da violência contra os povos indígenas, com a morte do povo Yanomami, por isso o nosso destaque é ‘Justiça para as Yanomami’. E convidamos as mulheres de Roraima para nossa vigília pela vida das mulheres”, disse.
Outro ato que deve reunir mulheres e apoiadores é a Marcha das Mulheres do Campo, das Águas e Floresta, que deve ocorrer no Centro da capital Boa Vista no dia 08 (quarta-feira) pela manhã, com intervenções, cartazes, faixas e entrega de documentos de denúncias e reivindicações ao poder público.
“A marcha é um símbolo de luta e resistência. Vamos reivindicar junto ao estado políticas públicas para a agricultura da família camponesa, saúde, educação, infraestrutura”, explicou Maria Gerlania Silva, coordenador do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST-RR).
A coordenadora ainda destacou que durante o percurso da marcha haverá denúncias dos dados de violência contra a mulher do campo, da floresta e da cidade.
“A situação de descaso do Hospital Materno Infantil; o agronegócio como modelo predatória da vida e da natureza, com uso abusivo de agrotóxicos; o garimpo ilegal em terras indígenas, com a contaminação dos rios e; em apoio aos povos Yanomami e todos os povos indígenas do estado de Roraima, sobretudo, as mulheres que são vítimas de múltiplas violências”, completou.
Confira a programação
06/03, às 14h – Encontro “A perspectiva de gênero no ambiente de trabalho”, na Biblioteca EMBRAPA/RR – SINPAF;
06/03, às 19h – Mesa “Garimpo e o impacto na vida das mulheres”, no auditório do CCH/UFRR – Observatório da VCM/UFRR;
06 a 08/03 – Jornada de luta das mulheres do Campo – MST/RR
07/03, às 18h – Vigília “Pelas Vida de todas as Mulheres: Justiça para as Yanomami”, na praça do Centro Cívico;
08/03, às 8h – Marcha das Mulheres do Campo, das Águas e Floresta para entrega de pauta de reivindicação e de denúncia;
08/03 – Plenária e oficinas MTST (manhã e encerramento com almoço na cozinha solidária) – R: Dr. Luiz Brit, 709, Equatorial.
08/03, às 19h – Lançamento do selo comemorativo dos 25 anos do Núcleo de Mulheres de Roraima (NUMUR), no auditório do SINDSEP/RR;
09/03, às 15h – Palestra “Lugar de Mulher é onde ela quiser: A ampliação e os desafios da participação da mulher nas diversas instâncias da sociedade”, realizado pelo IFRR (canal do Youtube);
18/03, às 9h – Café e Política com mulheres: Olhares feministas sobre a conjuntura, Sec. de Mulheres do PT /ElasPorElas, Sede do PT/RR;
18/03, às 18h às 20h30min – Roda de Conversa “Violência contra a mulher e como acessar a rede de serviços”, no Vila Jardim – NUMUR e Mulheres Indígenas;