Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), presidente da Comissão Externa Yanomami criada pelo Senado para monitorar a crise na terra indígena em Roraima, preste informações ao STF sobre o fato de ter ido sozinho ao território.

Chico Rodrigues costuma defender abertamente o garimpo e os garimpeiros e é alvo de uma ação no Supremo movida pela Urihi Associação Yanomami, que pede que o senador seja impedido de entrar na terra indígena. Conforme a decisão divulgada hoje, Rodrigues tem dez dias para enviar respostas ao STF.

O mandado de segurança protocolado pela associação Yanomami afirma que Chico Rodrigues faz parte de um colegiado, composto por outros quatro senadores, e não deveria ir sozinho ao território da etnia, já que “os parlamentares, individualmente, não podem realizar fiscalizações”.

“Apesar do óbvio, o Presidente da Comissão – notório defensor dos garimpeiros – no dia 20 de fevereiro, isoladamente, desembarcou no território indígena Yanomami, causando elevado desconforto e aumentando ainda mais a crise na localidade”, diz a ação. “Os Yanomamis compreendem que o Presidente da CTEYANOMAMI [comissão externa] é um contumaz defensor dos garimpeiros que tanto mal fizeram ao povo yanomami e, naquela ocasião, sem os demais parlamentares, o povo diretamente atingindo não tinham a quem falar”, completa o documento.

O parlamentar, que se notabilizou por ter escondido dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal, em outubro de 2020, tem defendido a retirada “pacífica” dos garimpeiros ilegais da terra Yanomami. Rodrigues chegou a dizer, em dezembro de 2021, que ficou com os olhos marejados ao ver equipamentos do garimpo ilegal sendo destruídos.

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