Foto: divulgação/Ibama

As operações do governo federal para retirar mais de 20 mil garimpeiros ilegais se intensificam na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), a Fundação dos Povos Indígenas (Funai) e a Força Nacional, que operam desde sexta-feira (6), realizam a destruição de maquinário e aeronaves.

Na noite de ontem, sportters flagraram dois aviões cargueiros da Força Aérea (KC-390 e C-105 Amazonas) no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus. Embarcaram neles agentes da Força Nacional e materiais de trabalho – escudos e cassetetes – que chegaram de Brasília em um Boeing C-30.

O registro foi realizado por volta das 22h. Os agentes militares estariam embarcando para a Roraima, mas por condições do aeroporto, que não conta com maquinário logístico para receber o desembarque, precisaram fazer a mudança na aeronave.

Desde segunda-feira na TIY, segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, foram destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira e estruturas de apoio logístico ao garimpo. Duas armas e três barcos foram apreendidos, assim como cerca de 5 mil litros de combustível que será utilizado na própria operação.

Uma base de controle foi montada no rio Uraricoera que tem servido de rota para os garimpeiros e tem acesso ao Amazonas. A medida pretende impedir o fluxo de suprimentos, gasolina e diesel, uma vez que as embarcações apreendidos nos últimos dias carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e até antenas de internet.

Para somar esforços, o Ministério da Defesa, acionou o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) – Exército, Marinha e Força Aérea (que comanda a ação), que ativou a Operação Escudo Yanomami . A medida dará suporte ao trabalho integrado das Forças Armadas no enfrentamento da crise em TIY, tanto em Roraima, quanto na fatia do território no Amazonas.

A operação é gerenciada pelo comandante o Major-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto. A Força Aérea tem atuada na interceptação de aeronaves. Após apelo dos garimpeiros e pressões política como do próprio governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), foi determinada a abertura parcial da Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) para permitir a saída de garimpeiros.

O afrouxamento da Zida será mantido até a próxima semana. Voos com tráfego suspeito serão submetidos a medidas de policiamento do espaço aéreo. Por terra, a Folha de São Paulo acompanhou a saída de garimpeiros à pé e revelou que as viagens de avião chegam a custar R$ 15 mil após às restrições de voos impostas na região.

Além da interceptação da Força Aérea, o Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama,  monitora pistas de pouso clandestinas na região. Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações, serão mantidos. O trator destruído era usado para abrir “ramais” na floresta.

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