Na última semana do governo Bolsonaro, o ex-ministro Rogério Marinho (PL) intermediou para destinar cifras milionárias a aliados e ganhar potenciais eleitores na eleição à presidência do Senado. Em dezembro, Marinho já estava anunciado como candidato e contava com o apoio do ex-presidente. As informações são da coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.
De acordo com a coluna, o governo “burlou” a proibição do orçamento secreto e destinou R$ 6 bilhões em verba que seriam das emendas de relator – nome oficial do orçamento secreto – para investimento sob controle dos ministérios. A operação foi feita por meio do Sistema de Indicação Orçamentária (Sindorc), montado para “formalizar” o orçamento secreto.
Dos R$ 414 milhões liberados a senadores, segundo a publicação, pelo menos R$ 123 milhões vieram do MDR, que foi comandado por Marinho durante dois anos e órgão em que ele ainda mantinha influência mesmo após sair em março de 2022.
O orçamento secreto foi proibido em 19 de dezembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ser alvo de críticas pela falta de transparência e por beneficiar somente alguns parlamentares.
Após isto, segundo o Metrópoles, o MDR enviou aos parlamentares um modelo de ofício para que os pedidos de verba fossem apresentados como se fossem de prefeitos, contornando a decisão do Supremo.
No levantamento, o maior beneficiado foi o senador Lucas Barreto (PSD-AP), que obteve R$ 69,9 milhões e declarou voto em Marinho. Na sequência aparece Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado com dinheiro na cueca em 2020, não declarou voto, mas teria recebido R$ 55,5 milhões.
Ao todo, o Metrópoles citou 14 parlamentares. Destes, sete votaram em Marinho, três não declararam voto e quatro optaram por Pacheco.
Fonte: SIAFI e Sindorc