O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), disse em entrevista à CNN nesta quinta-feira (26) que todos os entes federativos sabiam sobre problemas de saúde nas comunidades yanomamis. Ele destacou, porém, que “o cuidado e a tutela dos indígenas é do governo federal”.
“O cuidado e tutela dos indígenas é do governo federal, é da Funai [Fundação Nacional do Índio]. A proteção ambiental é do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. A reserva tem que ser cuidada pela Polícia Federal e Exército”, disse.
Denarium afirmou que a situação dos yanomamis “não é surpresa”, mas destacou que as crianças indígenas que são atendidas pelo governo do estado por meio das escolas públicas não apresentam os mesmo problemas de saúde.
“Nas escolas indígenas da região, nós temos 30 escolas estaduais. Temos mais de 1400 alunos na rede que tem bom atendimento e não tem problema de desnutrição”, afirmou.
Ainda sobre a responsabilização do governo federal, Denarium apontou que as falhas de condução não são exclusividade de gestões recentes.
“A crise de saúde e a desnutrição em área indígena no Brasil é recorrente. No estado de Roraima isso acontece há 20, 30 anos. Todas as reportagens de 10, 20, 30 anos atrás mostram os problemas sanitários e de saúde Yanomami”, completou.
Calamidade em território Yanomami
O Ministério da Saúde declarou, no último sábado (21), Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional devido à “necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami“, em Roraima.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que “equipes da pasta se depararam com idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, Infecção Respiratória Aguda (IRA) e outros agravos”.
De acordo com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, 570 indígenas yanomami morreram de desnutrição ao longo dos últimos quatro anos, período do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).