O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem usado as reuniões com as bancadas estaduais em sua casa para pedir votos para Jhonatan de Jesus, deputado do Republicanos de Roraima, para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Pressionado pelo Republicanos, Lira quer fazer a votação para o TCU logo depois da sua provável reeleição, já em fevereiro, e está em uma “campanha dupla” nos últimos dias.

Na noite desta terça-feira (24), em jantar com a bancada da Bahia, estavam presentes também o próprio Jhonatan e Marcos Pereira, de São Paulo, presidente do partido e padrinho da candidatura de Jhonatan ao TCU.

Lira abriu o jantar com uma fala defendendo o nome de Jhonatan. Disse que o TCU está se tornando um tribunal e que, como órgão auxiliar do Congresso, deveria se ater às suas atribuições e não a “parar obras”.

A suspensão de obras em que foram encontradas irregularidades, especialmente na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), gerou atrito entre o tribunal de contas e Lira durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Foi quando Otto Filho, do PSD da Bahia, se posicionou contra Lira. Na sua hora de falar, levantou-se e disse, firme, que tinha compromisso em votar em Lira, mas não em Jhonatan, e que uma coisa não deveria ser associada à outra. A fala de Otto gerou um clima tenso entre os presentes e logo se mudou de assunto.

Otto não disse em quem irá votar, mas o principal concorrente de Jhonatan é Fabio Ramalho, do MDB de Minas Gerais, a quem Lira tem feito oposição. Em outras conversas, Lira tem dito que Ramalho, que ficou sem mandato na legislatura de 2023, é um “derrotado”.

Ramalho tem apoio de diversos deputados, mas com a campanha contrária de Arthur Lira, seu nome hoje seria uma espécie de zebra no TCU.

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