Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da Lojas Americanas , divulgaram uma nota conjunta neste domingo (22) em que afirmam jamais ter tido conhecimento da situação contábil da companhia e negam qualquer tipo de manobra para manipular seus ativos. Os três dizem que também foram “alcançados por prejuízos”.
Os executivos se escoram no fato de que a empresa foi administrada por um grupo de executivos considerados qualificados pelo mercado, além de passar por auditoria da PwC, uma das maiores do ramo.
“Assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, dizem os três acionistas.
“Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.”
O trio diz ainda que, desde o dia 11 de janeiro, quando a empresa divulgou as “inconsistências em sua contabilidade”, vários esforços vêm sido feitos.
Os acionistas afirmam que não vão interferir nas apurações do comitê independente e vão avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.
“Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias”, dizem os três.
“Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.”
Também em defesa, os três dizem que a atuação sempre foi pautada por rigor ético e legal.
“Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.”
A varejista está em processo de recuperação após divulgar um balanço com R$ 43 bilhões de dívidas a mais de 16,3 mil credores.
Segundo nota da companhia, a RF visa recuperar o caixa da empresa, pagar as dívidas e, ao mesmo tempo, manter a operação e os empregos.
Veja a íntegra da nota
No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa.
Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:
1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.
2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.
3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.
4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.
5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.
6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.
7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.
8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira