O ministro Dias Toffoli foi sorteado relator no Supremo Tribunal Federal do pedido de investigação e prisão de Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Léo é primo de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro e sobrinho de Rogéria Nantes Bolsonaro, primeira esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ação é movida pelo Coletivo de Direito Popular, grupo formado por advogados e estudantes de Direito ligados à Universidade Federal Fluminense (UFF). Léo esteve presente na Praça dos Três Poderes no dia 8, quando golpistas bolsonaristas invadiram, roubaram e depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. O próprio sobrinho do ex-presidente divulgou imagens da movimentação.
Léo Índio publicou no Instagram uma foto em que aparece na entrada do Congresso, próximo à rampa principal, com os olhos vermelhos depois de ter sido repreendido por policiais. “Focarão no vandalismo certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogêneo”, publicou.
Responsável pela ação, o advogado criminalista Paulo Henrique Lima diz que há indícios de atuação de Léo Índio na mobilização dos golpistas. Segundo o advogado, o integrante do clã Bolsonaro representa um risco à ordem pública e pode fugir a qualquer momento.
O advogado pede a abertura de investigação, a prisão preventiva e o bloqueio de bens e das redes sociais de Léo, que trabalhou no gabinete do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e na liderança do partido de Bolsonaro, o PL, no Senado. Também solicita a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de todas as redes sociais do primo dos filhos mais velhos de Bolsonaro.
Léo tentou se eleger deputado distrital em outubro do ano passado. Mas recebeu apenas 1.801 votos e não conseguiu se eleger. O Congresso em Foco não conseguiu localizar o sobrinho do ex-presidente. O espaço está aberto caso ele queira se manifestar.
O Coletivo de Direito Popular já obteve vitória na Justiça contra bolsonaristas. Por causa de uma ação do grupo, o então presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi proibido de se desfazer do acervo literário da instituição, cujas obras ele classificou “marxistas, bandidólatras, de perversão sexual e de bizarrarias”.
Na semana passada, o Coletivo entrou com uma ação contra uma defensora pública lotada no 2º Juizado Especial Cível de Niterói, que utilizou suas redes sociais para comemorar os atos golpistas em Brasília. Os advogados acusam a servidora de fazer apologia e incitação ao crime e de proferir ofensas injuriosas contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.