O Ministério dos Povos Originários, uma das novas pastas criadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será comandado pela deputada federal eleita Sonia Guajajara (PSOL-SP). Até agora, havia indefinições sobre se a pasta ficaria com Sonia, com a deputada federal não eleita Joênia Wapichana (Rede-RR) ou com o vereador Weibe Tapeba (PT-CE). A informação é do Estado de S. Paulo.
O anúncio oficial deve ser feito por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias, junto com o restante dos escolhidos para ocupar a Esplanada. Lula chegou a indicar que, na verdade, poderia criar uma secretaria especial em vez de um ministério, ideia não aceita pelas lideranças indígenas.
O novo ministério, de acordo com pessoas envolvidas na estruturação da pasta, vai englobar a Fundação Nacional do Índio (Funai)e pode funcionar com o seu orçamento em um primeiro momento.
A transferência da fundação, que hoje está sob o Ministério da Justiça, para os Povos Indígenas, foi um dos entraves para a formulação do organograma da pasta, uma vez que há questões burocráticas que precisam ser resolvidas.
A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), órgão com uma verba relevante de política indígena, no entanto, deve continuar sob responsabilidade do Ministério da Saúde. Alega-se que uma alteração drástica em todas as instâncias da política indígena agora poderia complicar a operação de áreas importantes, como a saúde.
Sonia é uma ativista conhecida internacionalmente e despontou como a favorita para assumir a pasta nas últimas semanas. A líder indígena foi eleita deputada federal pela primeira vez na eleição deste ano, em que disputou por São Paulo, e não pelo Maranhão, onde nasceu.
A explicação é que o estado paulista tem direito a mais deputados na Câmara e é uma região onde ela teria um potencial de votos maior que em sua terra natal, em razão do maior colégio eleitoral.