As queimadas devastaram 775.000 hectares do território brasileiro em novembro, 89% a mais do que no mesmo mês do ano passado, segundo o relatório de um consórcio de ONGs, divulgado nesta quarta-feira (14).
Oitenta e um por cento das terras queimadas ficam na Amazônia, informou o MapBiomas, integrado por ONGs, universidades brasileiras e ‘startups’, que usam imagens de satélite para rastrear a destruição da floresta amazônica e de outras regiões do Brasil.
A plataforma informou, em nota, que os dados confirmam a escalada de destruição ambiental nos últimos meses do governo de Jair Bolsonaro.
Desde que o presidente, que defende a expansão do garimpo e da agricultura na Amazônia, assumiu o cargo, em 2019, as queimadas e o desmatamento da floresta têm se agravado.
Bolsonaro perdeu a reeleição em outubro para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será empossado em 1º de janeiro de 2023, prometendo lutar pelo desmatamento zero no país.
Para o Mapbiomas, a disparada das queimadas em novembro é incomum, pois o mês coincide com a temporada de chuvas.
“Trata-se, claramente, de uma reação à expectativa de políticas mais efetivas de combate ao desmatamento e queimadas por parte do novo governo”, afirmou Ane Alencar, coordenadora do Mapbiomas Fogo e diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Com os dados de novembro, a superfície queimada nos primeiros 11 meses de 2022 alcançou 15,9 milhões de hectares (uma área um pouco menor do que o território do Uruguai), segundo o Mapbiomas.
Isso representou um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2021.
Quase metade desta terra queimada (48%) fica na Amazônia, superando pela primeira vez depois de dois anos o Cerrado, informou a plataforma.