Para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal de 2022, a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo é que sejam contratados 109,4 mil trabalhadores temporários no Brasil. Essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário em nove anos, segundo a CNC.
Em Roraima, a projeção para 2022 das vendas no comércio é uma das melhores dos últimos anos e está quatro vezes acima da média nacional. De acordo com o assessor econômico da Fecomércio/RR, Fábio Martinez, “o número de contratação temporária aqui no Estado deve aumentar 13% e esse bom desempenho ocorre pelo aumento das vendas no comércio, que este ano devem ser de 8,1%, bem acima da média nacional para esse período de festas. Aumentam as vendas e com isso a oferta de empregos temporários também cresce aqui em Roraima”, finaliza o economista.
As previsões da CNC são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto depois do Natal de 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de covid-19”, pontua o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Mais contratações em hiper e supermercados
Os maiores volumes de contrato devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, com 25,8 mil, em todo o país. Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.
Maiores salários em lojas de comunicação e informática
O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1,6 mil, avançando, portanto, 2,5% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1,5 mil. Os valores mais altos, de R$ 2,3 mil, devem ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar em torno de R$ 1,8 mil. Contudo, esses segmentos respondem por apenas 2,3% das vagas totais a serem criadas.
Alta nas vendas de Natal de 2,1%
A previsão da CNC é que haja aumento de 2,1% nas vendas de fim de ano no varejo como um todo. O ramo de hiper e supermercados tende a registrar alta de 4,8% nas vendas, já descontada a inflação, mas as vendas nas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem cair 3,4% em relação ao ano passado. “Essa perspectiva decorre do somatório entre a desaceleração da inflação e o encarecimento do crédito, já que a taxa de juros de operações envolvendo pessoas físicas atingiu o maior patamar desde abril de 2018, o que favorece as compras em segmentos que dependem menos de empréstimos e financiamentos”, explica Fábio Bentes, economista da CNC – Confederação Nacional do Comércio.