Dom Odelir José Magri entregou ao papa Francisco o relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil. Foto: Reprodução/Vaticano

Dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó, Santa Catarina, entregou uma cópia do relatório intitulado “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados 2021″ ao papa Francisco. O documento publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) foi repassado durante a visita ad limina apostolorum dos bispos do regional Sul 4, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Vaticano, no último dia 28 de outubro.

Em vídeo publicado na página oficial do Cimi, Dom Odair falou sobre o encontro esperado com o papa Francisco. De acordo com o bispo, a conferência, além de possibilitar a entrega do documento que retrata o agravamento das violências contra os povos indígenas, no Brasil, também foi ponto de diálogo sobre a realidade e desafios das dioceses.

“Foi uma experiência fantástica, bonita, o encontro que fizemos, sentados na roda com ele. Falamos sobre a realidade do nosso regional, das nossas dioceses, dos desafios pastorais, tendo sentido a proximidade do sucessor de Pedro, nesse caminho bonito de sinodalidade e caminhada da igreja do nosso regional”, compartilhou o bispo.

Durante as visitas, que acontecem a cada cinco anos, os bispos tem, ainda, a oportunidade de participarem das reuniões nos vários Dicastérios da Santa Sé. No Brasil, a visita é dividida de acordo com os 19 regionais que compõem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Sobre o relatório
Publicado em agosto deste ano, o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados 2021” traz dados referentes ao terceiro ano de Governo Bolsonaro em relação aos povos originários do Brasil. O documento de 280 páginas destaca pontos como a violência e a impunidade contra os povos indígenas, o racismo contra esses povos e a omissão e a morosidade na regularização de terras.

“Em seu terceiro ano, o governo de Jair Bolsonaro manteve a diretriz de paralisação das demarcações de terras indígenas e a omissão completa em relação à proteção das terras já demarcadas. Se, do ponto de vista da política indigenista oficial, essa postura representou continuidade em relação aos dois anos anteriores, do ponto de vista dos povos, ela representou o agravamento de um cenário que já era violento e estarrecedor”.

“A paralisação das demarcações de terras e o estímulo às invasões garimpeira, madeireira, pecuária e de grileiros causaram graves inseguranças junto aos povos e aprofundaram ainda mais a vulnerabilidade nutricional, sanitária e cultural – condições diretamente ligadas à garantia e à proteção dos territórios indígenas“, aponta um trecho do relatório.

 

 

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