Os modelos de previsões climáticos, segundo os meteorologistas, indicam que o fenômeno La Niña continue até o final de 2022 e deva se prolongar até os três primeiros meses de 2023.
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Flávio Natal, explicou que o fenômeno está em final de ciclo e não no início. Com isso, os totais de chuva não devem superar marcas do período chuvoso como nos anos anteriores.
“Nota-se, por exemplo, que este período seco, não houve impacto do La Niña, tal como verificado no ano passado. Desta forma, não são esperadas grande anomalias positivas de chuva”, disse, ele se referindo as previsões dos próximos dias.
“Os modelos climáticos estão prevendo chuvas de normal a ligeiramente acima do valores climatológicos no extremo norte do Amazonas e Roraima, onde inicia um período seco. O restante do estado do Amazonas deverá apresentar chuvas dentro dos padrões normais”.
Chuvas intensas para outubro
Para o meteorologista mestre em Clima e Ambiente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Willy Hagi, esta será a primeira vez que a região passará por três estações chuvosas consecutivas com o fenômeno La Nina ativo no século 21.
“De forma geral, La Niña é sinônimo de chuvas acima da média pela Região Norte. Foi a La Niña a grande responsável pela Cheia histórica do Rio Negro em 2021, além da Cheia também histórica de 2022”, comentou. Ele afirma que os próximos meses serão de chuvas intensas na região amazônica.
“Passar por mais um período como esse fenômeno em plena atividade deve ligar o alerta para a volta de chuvas muito intensas nos próximos meses e a possibilidade de mais uma Cheia em 2023. O período chuvoso começa geralmente a partir de Outubro e Novembro aqui na nossa região”.
La Niña pode durar até 2023?
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Flávio Natal, comenta ou ainda que o La Niña acontece desde a metade (o trimestre: Julho, Agosto e Setembro) de 2020.
Segundo ele, mesmo que haja incertezas sobre quanto tempo La Niña durará e quando fará a transição para neutro, o consenso dos meteorologistas está ao lado dos modelos estatísticos.
“Contudo, existe uma divisão interessante entre os modelos de previsão dinâmicos e estatísticos, como o último sugerindo que o La Niña persistirá ainda por mais tempo, até janeiro-março de 2023”, afirmou.
“Em resumo, a La Niña é favorecida continuar no verão do Hemisfério Sul, com 91% de chance de continuar entre setembro-novembro de 2022 e diminuindo para 54% de chance entre janeiro-março de 2023. Em termos gerais, o La Niña gera anomalias positivas de precipitação na Amazônia, tal como verificado, desde 2020. As chuvas reduziram apenas recentemente, no período seco amazônico”, finalizou.