O senador Telmário Mota (PROS-RR), candidato à reeleição, está entre os senadores que concorrem à reeleição neste ano e indicaram verbas do orçamento secreto. As informações foram declaradas pelo congressista ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação da ministra Rosa Weber.
O teor dos documentos varia entre si. Há senadores que fazem menção às emendas e apresentam detalhes dos gastos públicos e há aqueles, como Telmário, que se limitam a confirmar o recebimento sem especificar a destinação do dinheiro público.
A falta de transparência na indicação das chamadas emendas de relator, nome técnico do orçamento secreto faz com que os recursos sejam remanejados por meio de critérios políticos, em vez de técnicos. Além disso, não há publicidade dos atos.
Dos senadores beneficiados pelas emendas de relator e que disputam a eleição em 2022, sete não especificaram valores ou destinação: Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Wellington Fagundes (PL-MT), Romário (PL-RJ), Telmário Mota (PROS-RR) e Rose de Freitas (MDB-ES).
Nas redes sociais, senadores exploram a aplicação dos recursos. Para o professor de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV) Gustavo Fernandes, essas emendas favorecem interesses particulares dos políticos, “de curto prazo, relacionados à sustentação do governo”. “É o orçamento de acerto de contas e acertos políticos”, afirmou.
O outro lado
O senador Telmário Mota diz, em nota, que só se manifestará sobre após a eleição de 2 de outubro, em virtude do pagamento dos recursos do orçamento estar suspenso até novembro conforme “determina a lei eleitoral, o que impossibilita sua discriminação”.