Foto: divulgação/TSE

Debaixo de pressão e ameaça qualquer ser humano que esteja precisando de trabalho vai ter que se submeter a uma declaração pública de apoio ao atual empregador. Esta tem sido a rotina dos servidores comissionados do governo de Roraima que pedem anonimato para contar os casos que têm, segundo eles, acontecido nos bastidores da campanha à reeleição do governador Antonio Denarium (PP).

“Não tem doença ou qualquer outra justificativa que faça eles amenizarem na presença. Tem que ir pra rua [para] segurar bandeira, fazer ligação pra tentar convencer eleitor a trocar voto e cumprir metas para levar familiares e amigos nas reuniões políticas“*, contou a servidora atualmente lotada na Setrabes, mas que tem cumprido o expediente extra-oficial externamente.

“Aqui se alguém disser que não vota nele já fica ciente que vai pegar a conta. A chefia fica em cima, monitorando rede social de cada funcionário, um por um, pra ver quem está compartilhando as publicações de Denarium. Meus amigos estão  parando de me seguir, de tanta coisa que eu sou obrigada a postar”*, contou outra servidora, também sob condição de anonimato.

O velho cabresto e a utilização da máquina pública para benefício próprio são crimes eleitorais e devem ser denunciados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), para averiguação da Justiça. O servidor que se sentir ameaçado ou intimidado deve denunciar diretamente ao aplicativo “Pardal” do TRE. Saiba mais clicando aqui.

A resposta das urnas

O modus operandi de quem diz fazer uma nova política em prol de nosso Estado mostra ser somente mais do mesmo: a utilização desproporcional da força da máquina estatal para poder intimidar e assim garantir o voto dos mais necessitados. O que os atuais mandatários parecem ainda não ter aprendido é que o servidor sabe reagir no momento exato, nas urnas. Está aí dona Suely Campos para nos contar a história da campanha passada. Com máquina na mão, a ex-governadora ficou em terceiro lugar na disputa, com debandada em massa dos servidores estaduais.

Com promessas frágeis, com pouquíssimo resultado a mostrar, Denarium apela para uma campanha à moda antiga, aquela do tempo dos coronéis. Coloca o servidor para trabalhar para ele, ao invés de trabalhar para o Estado, e terceiriza suas responsabilidades de conquistar a reeleição por mérito, e não sob ameaça. Quando o mérito não existe, resta apelar para o desproporcional.

Candidaturas deferidas

Afastando as fake news recentemente lançadas nos grupos de aplicativo de mensagens, o Tribunal Regional Eleitoral deferiu, por unanimidade, as candidaturas de Teresa Surita e Romero Jucá, ambos do MDB, a governo e Senado, respectivamente. Foi ventilada de maneira má-intencionada uma notícia inverídica de que os candidatos MDBistas estariam inelegíveis, o que provou-se mentira.

Dentre as inúmeras informações falsas que têm sido espalhadas durante a campanha, Teresa deu atenção especial a uma, esta semana – sobre sua relação com o funcionalismo – e fez questão de reunir-se com os representantes dos servidores públicos estaduais para firmar uma carta de compromissos que serão cumpridos em sua gestão, caso ela vença. Dentre os assuntos abordados na reunião estão a falsa informação de ampliação de carga-horária laboral e sobre redução de salários. Tudo falso.

Educação precisa ser tratada como prioridade

Enquanto alunos protestavam semana passada na frente da Escola Estadual José de Alencar, em Rorainópolis, por falta de infraestrutura mínima para se ter aulas, fazendo até com que o secretário de Educação fosse pessoalmente entregar centrais de ar-condicionado na unidade, a candidata Teresa Surita anunciava que iria abrir novas e modernas unidades, se eleita for.

Com um histórico exemplar na educação da capital, que tornou-se referência mundial em cuidados com a Primeira Infância, a candidata fez anúncios interessantíssimos para a área da educação, como programas de intercâmbio para os jovens da rede estadual, aquisição de novos equipamentos, além de construção, ampliação e reforma de escolas. Coisa que ela também fez à frente da prefeitura, lembro que o município foi pioneiro em aulas de robótica, hoje adotadas também pelo Estado, e a usarem tablets em sala de aula. Isso sem contar com a ampliação do quadro efetivo e a capacitação dos profissionais de educação.

A educação precisa ser tratada como prioridade, de uma vez por todas, por aqui. Fiquei indignado ao saber hoje que na atual gestão mais de 40 escolas foram fechadas, e dois presídios foram abertos. Este é o saldo de quem pensa que o destino das classes mais pobres não é a educação, a oportunidade. Nessas ações é que a gente consegue perceber quem sabe elencar o que é prioridade para os nossos filhos.

Se não pela educação, por onde seguiremos?.

*O colunista fez contato com a secretaria de comunicação sobre as denúncias das servidoras e aguarda retorno. 

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