A região da Amazônia Legal perdeu, entre agosto de 2021 e julho deste ano, 10.781km² de floresta, área equivalente a sete vezes o território da cidade de São Paulo. Os dados, divulgados nesta quarta-feira 17, são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A devastação é a maior registrada nos últimos 15 anos para o período.

É a segunda vez consecutiva que o desmatamento passou dos 10 mil km² durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Somadas, as áreas destruídas nos últimos dois anos chegaram a 21.257 km².

O chamado ‘calendário de monitoramento’ começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte, devido a menor frequência de nuvens no período de início. No entanto, ao analisar apenas o intervalo de 2022, o instituto alerta que a alta na destruição é ainda maior: de janeiro a julho, a área de floresta perdida cresceu 7% em relação ao mesmo período de 2021, passando de 6.109 km² para 6.528 km².

“O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia”, alerta Bianca Santos, pesquisadora do Imazon. “Além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática”.

Na Cúpula Climática, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em 2021, Bolsonaro prometeu que o Brasil atingirá a neutralidade de carbono em 2050 e se comprometeu a eliminar o desmatamento ilegal até 2030.

De acordo com o Imazon, 36% do desmatamento ocorrido nos últimos 12 meses se concentram na região conhecida como Amacro, que corresponde a 32 municípios na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia. Motivado principalmente pela expansão do agronegócio, a devastação na região cresceu 29% em relação ao ano anterior.

 

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