Foto: divulgação

O acidente escorpiônico ou escorpionismo é o quadro clínico de envenenamento provocado pela picada de um escorpião. Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade.

Em 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil. Magna Lucia, de 66 anos, moradora de Sobradinho (DF), foi picada por um escorpião dentro de casa enquanto calçava o tênis. “Fui socorrida de imediato e fiquei 6 horas em observação no hospital tomando medicamento para dor e tendo acompanhamento médico”, conta Magna. Segundo ela, mesmo com os remédios, a dor permaneceu por 48 horas.

Espécies existentes no Brasil

  • Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus): É o mais venenoso e pode ser encontrado em todas as regiões do país;
  • Escorpião-preto-da-amazônia (Tityus obscurus): É o principal causador de acidentes e mortes por picadas de escorpião na região Norte e no estado do Mato Grosso;
  • Escorpião-marrom (Tityus bahiensis): Encontrado na Bahia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil;
  • Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus): É a espécie mais comum no Nordeste do Brasil, mas também apresenta alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Medidas de prevenção

Os escorpiões se alimentam de baratas e pequenos insetos. São comuns em lugares com acúmulo de lixo e onde há umidade. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados. Para evitar acidentes é importante:

  • Manter lixos bem fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos;
  • Manter jardins e quintais limpos. Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
  • Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
  • Afastar camas e berços das paredes;
  • Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.

O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de pesticidas para o controle de escorpiões. Além de não terem eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes.

Sintomas

Após a picada, há dor intensa, além da sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Alguns casos podem ser mais graves, causando sintomas generalizados, como enjoo, vômitos, dor de cabeça, espasmos musculares e queda da pressão, podendo até levar à morte.

A infectologista Chris Gallafrio, dá dicas de como identificar se uma criança foi picada, caso ninguém tenha visto o escorpião.

“Primeiro, dor imediata e forte. A criança chora de repente e sem parar. Olhe em volta e veja se encontra o escorpião. Outros sintomas são agitação, suor intenso, aumento da salivação e vômito”, completa a infectologista. Segundo ela, não vale a pena perder tempo procurando a picada na criança, pois a marca é muito discreta.

Cuidados após a picada

  • As medidas de tratamento devem ser tomadas imediatamente após o acidente.
  • Limpar o local com água e sabão;
  • Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente – Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais de referência;
  • Se for possível, capturar o animal e levá-lo, pois a identificação do escorpião pode auxiliar no diagnóstico e tratamento.

O que NÃO fazer

  • Não amarrar ou fazer torniquete;
  • Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer infecções;
  • Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
  • Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc., pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.

Para mais informações, acesse o Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here