Menina Yanomami diagnosticada com desnutrição. Foto: Centro de Documentação Indígena/Divulgação

O povo Yanomami está vivendo uma crise sanitária sem precedentes e quer saber o que fizeram com os R$ 200 milhões de recursos federais destinados para a saúde deles e dos Ye’kwana, que registram aumento de mortes de crianças por Covid-19, malária e até verminoses. Nesta quinta (14), em audiência na Câmara dos Deputados,  presidida pela deputada federal Joênia Wapichana (REDE-RR), os líderes indígenas  pediram investigação sobre os recursos.

Um representante da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou aos indígenas que R$ 200 milhões foram destinados ao Dsei YY, e questionou o destino do dinheiro, diante do estado de abandono em que se encontra a saúde indígena na região. “Solicito aos deputados que façam um pedido ao STF por uma investigação especial no Distrito de Saúde Yanomami. Onde foi investido esse dinheiro?”, disse.

O pedido foi feito dias após a Corte Interamericana de Direitos Humanos publicar resolução determinando que o Estado brasileiro adote urgentemente as medidas necessárias para proteger a vida, a integridade pessoal, a saúde e o acesso à alimentação e à água potável a povos indígenas de Roraima e do Pará afetados pelo avanço do garimpo na Amazônia. Em carta divulgada  terça  passada,  a Hutukara Associação Yanomami denunciou  o agravamento do caos sanitário na TI Yanomami, com casos de mortes de crianças por  doenças evitáveis e tratáveis.

Convidado pela Comissão,  o vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dario Yanomami, lembrou que há oito meses um posto de saúde indígena na comunidade de Homoxi está fechado e os indígenas estão sem assistência à saúde. O posto foi invadido por garimpeiros, que também se apossaram da pista de pouso utilizada pelas aeronaves que levam as equipes de saúde até aquela região.

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