A Petrobras comprou sua primeira carga de petróleo da Guiana para refino no mercado interno, disse a empresa à Reuters, num momento em que o mais novo produtor da América do Sul expande seu alcance de mercado. Com o início das operações de uma segunda unidade de produção flutuante em fevereiro, a Guiana agora vende dois tipos de óleo leve e doce, com planos de bombear até 360.000 barris por dia (bpd) este ano. As vendas estão ajudando a pequena nação a aumentar rapidamente sua receita.

“A Petrobras monitora constantemente o mercado internacional de petróleo em busca de diferentes fornecedores e novas produções em todo o mundo”, disse um porta-voz da empresa em comunicado.

A carga de 1 milhão de barris de petróleo do FPSO Liza Destiny chegou no começo deste mês a bordo do navio-tanque Cascade Spirit, com bandeira das Bahamas. Desde janeiro, a refinaria Mataripe, operada pela Acelen e controlada pelo Mubadala, comprou dois carregamentos de petróleo do Liza que marcaram as primeiras importações brasileiras de petróleo da Guiana.

As importações de petróleo de tipo leve da África, dos EUA e do Oriente Médio geralmente chegam aos portos brasileiros para complementar o petróleo bruto nas refinarias, de acordo com dados da Eikon. A maioria das compras é feita pela Petrobras, que controla mais de 80% da capacidade de refino do Brasil.

“A seleção dos tipos de petróleo varia de acordo com os cenários econômicos, procurando identificar aqueles que podem atender a demanda nacional e internacional de produtos refinados visando maior rentabilidade para a Petrobras”, acrescentou a empresa.

A Guiana está prestes a se tornar uma potência energética após descobertas de 11 bilhões de barris de petróleo e gás recuperáveis. O país exportou quase 37 milhões de barris em 2021, em apenas seu segundo ano de produção.

A Exxon Mobil, operadora das duas plataformas do país, disse que a companhia e seus parceiros CNOOC e Hess Corp planejam produzir até 1,2 milhão de bpd de petróleo e gás até 2027.

 

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