O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou R$ 80 milhões para financiamento da construção de quatro usinas termelétricas a biomassa nos municípios de Cantá e Boa Vista, em Roraima, único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Os recursos são do BNDES Fundo Clima — Modalidades Energias Renováveis e vão custear também os sistemas de transmissão associados às usinas.
No total, as termelétricas Bonfim, Cantá, Pau Rainha e Santa Luz terão capacidade total instalada de 40 megawatts (MW), equivalente ao necessário para atender 148 mil residências.
Segundo o BNDES, o projeto deve reduzir a demanda por geração a diesel no estado, mais cara e poluente, e evitar a emissão de cerca de 2,8 milhões de toneladas de gases do efeito estufa a cada ano de operação.
O apoio do BNDES foi concedido à Oxe Participações S.A., controladora das quatro sociedades de propósitos específicos (SPEs), plataforma de energia renovável controlada por três fundos de infraestrutura de capital nacional, geridos pelos grupos XP Asset, Trius Capital/Siguler Guff e Lyon Capital.
As quatro usinas termelétricas se agrupam em duas áreas (clusters), com compartilhamento das utilidades e dos sistemas de conexão, distantes 90 km um do outro.
No cluster Serra da Lua, situado no município de Cantá, estão as termelétricas de Bonfim e Cantá. Já no de Jacitara, situado na capital Boa Vista, localizam-se as usinas de Pau Rainha e Santa Luz.
Todas as termelétricas serão movidas a biomassa, por meio da queima de cavacos de madeira, resíduos da indústria madeireira. O consumo previsto em plena carga será de mil toneladas diárias.
Ainda de acordo com a instituição financeira, todo o combustível utilizado será proveniente de áreas reflorestadas e o processo de plantio, colheita e transporte da madeira contará com certificação padrão FSC (ou similar), adotado internacionalmente como garantia de boas práticas ambientais e sociais.