Assim como grande parte do Centrão, o relator da mais recente representação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), foi beneficiado com emendas do chamado orçamento secreto.
Diferente da maioria dos parlamentares, no entanto, o responsável pelo relatório que pode cassar o mandato do filho do presidente Jair Bolsonaro não quis revelar os valores das emendas na manifestação enviada pelo Legislativo ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua justificativa, Hiran afirmou apenas que suas indicações “foram realizadas com base nas necessidades e nos pleitos apresentados pelos municípios roraimenses”, sem detalha o montante que foi beneficiado, como outros parlamentares fizeram.
“Cabe ao mandato parlamentar à destinação de recursos para suas bases eleitorais. Desta maneira, eu apoio e sempre apoiarei a destinação de recursos para o meu estado, que é algo lícito, justo, e uma forma direta de aplicação dos recursos públicos arrecadados dos contribuintes, diretamente nos municípios brasileiros. Deste modo, acreditando que os subsídios descritos atendem ao que foi solicitado, colocamos este Gabinete à disposição para esclarecimentos e complementações, caso seja necessário”, completou o deputado”, escreveu Hiran.
O deputado foi escolhido pelo Conselho de Ética como relator da representação contra Eduardo Bolsonaro nessa quarta-feira (25). A ação pede a perda de mandato do filho do presidente por ter debochado da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar.