Segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), indígenas receberam ouro de garimpeiros para se calarem sobre crimes cometidos contra a comunidade. A declaração foi feita nesta sexta-feira (29).
Em nota, a entidade afirmou que, ao chegar à comunidade onde teriam ocorrido o estupro e a morte de uma menina ianomâmi de 12 anos, encontrou o local em chamas e sem a presença dos moradores. “Após insistência, alguns indígenas relataram que não poderiam falar, pois teriam recebido 5 gramas de ouro dos garimpeiros para manter o silêncio.”
“Esses indígenas foram coagidos e instruídos a não relatar qualquer ocorrência que tenha acontecido na região, dificultando a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que acabaram relatando não haver qualquer indício de estupro ou desaparecimento de criança”, completou o Condisi-YY.
Um relatório publicado pela Hutukara Associação Yanomami, no último dia 11, revelou que, em 2020, pelo menos três crianças e adolescentes com idades entre 10 anos e 13 anos foram assassinadas após serem sexualmente abusadas por garimpeiros em uma região conhecida como polo-base Kayanaú.