Foto: divulgação

O primeiro trimestre de 2022 se encerra com novas movimentações no xadrez eleitoral deste ano. Enquanto o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro anunciou, na tarde desta quinta-feira (31), que abriu mão de concorrer à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou sua pré-candidatura ao Planalto.

O ex-governador de São Paulo lançou sua candidatura nesta quinta, mas antes houve ameaça de desistência, um movimento que foi visto como uma espécie de contra-ataque de Doria à ala do PSDB que defende Eduardo Leite como candidato tucano.

A confirmação da candidatura do tucano e a desistência do ex-juiz podem dar novos contornos à chamada “terceira via”, alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada em 24 de março, Lula tem 43% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro. Na sequência, apareciam Moro, com 8%, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%. Com a saída de Moro, esse percentual de votos deve se diluir entre os remanescentes do centro e da direita.

Nesta edição da pesquisa Datafolha, foram incluídos nas simulações Vera Lúcia (PSTU), André Janones (Avante) e Leonardo Péricles (UP). Esses nomes, assim como Doria, o ex-governador do RS, Eduardo Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ficaram abaixo de 3% nas intenções de voto.

Em referência à desistência da corrida presidencial de Moro e o blefe de Doria, Ciro Gomes se manifestou pelas redes sociais nesta quinta-feira. “Muitos vão ceder, mas não serei eu”, publicou em seu Twitter.

Embora tenha sido a escolhida pelo PSDB nas prévias de novembro para representar a sigla no pleito deste ano, a candidatura de Doria se tornou uma incógnita após uma reunião do tucano com o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia. Durante o encontro, na noite de quarta-feira (30), ele afirmou que ficaria no cargo, desistindo da disputa ao Planalto.

O clima de apreensão e dúvida se manteve até o fim da tarde desta quinta-feira, quando Doria anunciou sua renúncia ao governo paulista e confirmou a pré-candidatura presidencial.

— A omissão é a fantasia dos covardes. A coragem é a marca dos líderes. Daqui para frente, nosso trabalho continua em São Paulo, mas pelas mãos competentes de Rodrigo Garcia, que a partir do dia 2 será governador do Estado de São Paulo. Quero mostrar, a partir do dia 2, que é possível ter uma nova alternativa para o Brasil — disse.

Durante a tarde, Moro também anunciou a decisão de deixar o Podemos e se filiar ao partido União Brasil, pelo qual deve concorrer a deputado federal.

Derrotado por Doria nas prévias do PSDB, Eduardo Leite deixou o governo do Estado na noite desta quinta-feira. Quem assumiu o comando do Piratini foi o vice Ranolfo Vieira Júnior, também tucano.

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