Dois dos principais nomes de possibilidade de terceira via à presidência da República devem anunciar suas desistências às suas respectivas candidaturas ainda nesta quinta-feira (31). O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), sinalizou que não pretende disputar as eleições este ano.
Se confirmada, a decisão terá o mesmo efeito da batida de uma asa de borboleta nos ventos de uma disputa até aqui duopolizada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas com potencial de levar um furacão para dentro do PSDB.
O governador paulista deve ter aprendido alguma coisa em seus tempos de gestor privado. Uma delas é compreender quando a curva dos investimentos pode levar o negócio à falência. Traço em qualquer pesquisa de intenção de voto, ele sabe que está condenado ao ostracismo nos próximos quatro anos se seguir seu plano A.
Os primeiros indícios apontam para uma rebelião. O vice-governador acaba de entregar seu cargo na Secretaria estadual de Governo e seus aliados falam até em impeachment de João Doria.
Sérgio Moro, por sua vez, foi convidado a ir para o União Brasil para ser candidato a deputado federal. Moro foi apresentado como pré-candidato presidencial, mas enfrentava resistências no Podemos, sobretudo dos deputados federais, que resistem a ceder a quantia do fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.
“Saiu oficialmente, comunicou a presidente do partido, Renata Abreu, agora cedo”, disse ao Estadão o senador Jorge Cajuru (Podemos-GO). “Ele está querendo um partido com estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como líder”, afirmou Kajuru.