O Hospital de Retaguarda está funcionando com 132 profissionais, sendo 73 técnicos de enfermagem, 39 enfermeiros, 6 servidores administrativos e 4 seguranças, informou o governo de Roraima. Na última terça-feira (8), em vistoria na unidade, o deputado Dhiego Coelho (PTC) informou ter encontrado apenas dois pacientes na unidade e que ambos não estavam com covid-19, aguardavam transferência para outras unidades. O parlamentar fez uma série de denúncias em decorrência dessa fiscalização, incluindo a tentativa de impedimento da direção da unidade.
“Vi uma estrutura muito grande. Imensa, na verdade. Vi inúmeros servidores da enfermagem, limpeza, de empresas terceirizadas de segurança para cuidar apenas de paredes e tendas. Eu entrei em todas as enfermarias daquele hospital e apenas uma está funcionando com apenas dois pacientes internados”, reclamou durante sessão plenária desta quinta-feira (10), na Assembleia Legislativa de Roraima.
“Um [paciente] esperava ser transferido para outro hospital, pois estava com a perna quebrada. O outro, um guianense, com um ferimento no olho, que também aguardava transferência para tratamento adequado. Não há pacientes internados com covid. Vi um total desperdício do dinheiro público”, disse, ao questionar a motivação da maioria dos parlamentares terem mantido o estado de calamidade pública em votação esta semana.
Suposto uso da máquina pública para divulgação de fake news
Ainda durante a sessão, o parlamentar acusou o secretário de comunicação do Estado, Weber Negreiros, de utilizar-se da estrutura da Secom para disparar notícias falsas contra ele, durante a fiscalização no hospital. Foram divulgados vídeos onde a diretora da unidade, a médica Gisele Rodrigues, diz ter sido agredida pelo deputado.
O parlamentar informou que a médica possui rendimentos na ordem de R$ 73 mil, o que justificaria o desespero em mentir que foi agredida para que o Hospital não fosse fechado, segundo ele. O valor bruto referente ao mês de fevereiro de 2022 foi confirmado pela reportagem no Portal da Transparência, de acordo com a Lei de acesso à informação.
“Cabe mencionar que a médica Giseli Rodrigues ganha salário de médica, além da gratificação na função que hoje exerce como diretora do Hospital Estadual de Retaguarda Covid-19. A médica também faz plantões noturnos e fica de sobreaviso, além de trabalhar nos fins de semana e feriados”, disse o governo ao Roraima1.
Sobre a utilização da máquina pública em suposta divulgação de notícias falsas, a Secom informou em nota que o parlamentar utilizou um “print falso” para ligar o secretário à divulgação de fake news. “A Secretaria de Comunicação e seu titular estão à disposição para esclarecimentos e buscará pelos caminhos legais a punição dos responsáveis”, informou.