O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pediu oficialmente ao Exército para se aposentar com o objetivo de abrir caminho para sua candidatura nas eleições deste ano. O ex-ministro já concluiu os procedimentos para ir à reserva, como a inspeção de saúde. A informação foi apurada pela CNN Brasil junto a fontes do Exército e confirmada pela instituição.
O ato, que formalizará a aposentadoria, deve ser publicado até o fim deste mês. Pazuello é general de três estrelas, o topo da carreira como oficial de intendência. Ele se aposentaria automaticamente neste ano, devido ao tempo no Exército e promoção de oficiais mais jovens. Mas optou por antecipar a saída para definir a vida política.
Procurado pela CNN Brasil, o ex-ministro não respondeu. A pessoas próximas, Pazuello afirma que quer se candidatar ao Congresso Nacional pelo Rio de Janeiro, estado de origem. A tendência é que concorra à Câmara. Mas, devido a acordos políticos, poderia até mudar a base eleitoral.
O ex-ministro não descarta concorrer ao Senado por outros estados: Roraima, onde atuou como secretário de Fazenda, durante período de intervenção federal, em 2018. Ou Amazonas, estado em que cresceu, tem parentes, amigos e comandou 12ª Região Militar.
Pazuello deixou o comando do Ministério da Saúde em março de 2021. A gestão dele acumula acusações de erros e omissões, como questionamentos no atraso de compra de vacinas, o aumento no número de casos e mortes pelo coronavírus, a crise do oxigênio em Manaus, o colapso do sistema de saúde em municípios e a divulgação de protocolo que possibilitava o uso de cloroquina, medicamento sem comprovação científica no tratamento da Covid-19.
Pazuello também foi alvo de críticas ao ser desautorizado por Bolsonaro a comprar a Coronavac e a reagir afirmando: “É simples assim. Um manda e o outro obedece.”
Em maio de 2021, Pazuello sofreu forte pressão para se aposentar após participar de ato político com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Ele já não era ministro. O Regulamento Disciplinar do Exército prevê punição para quem “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”. Apesar disso, após análise do caso, o Exército concluiu que não houve indisciplina de Pazuello.