Foto:Divulgação/CMA

Uma ação do Ministério da Justiça e da Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que praticava garimpo ilegal em uma reserva Yanomami no interior de Roraima. Com a ajuda de satélites, as forças de segurança conseguiram prender 38 pessoas e evitar a venda ilegal de mais de 30 toneladas de minérios.

Dezenas de policiais participaram da operação. A reserva indígena têm uma área maior que Portugal, somente com a ajuda de satélites do programa Brasil Mais, que analisa os dados de desmatamento quase que em tempo real para se ter noção da devastação nesta região.

Foram apreendidas nos últimos três meses 89 aeronaves, sendo uma delas um helicóptero que já pertenceu à polícia civil do Rio de Janeiro e foi leiloado. Nesta mega operação também foram reveladas 87 pistas de pouso clandestinas, 9 embarcações e 3 portos clandestinos. O transporte é feito via aérea e pelos rios da região.

“Um cenário devastador. São vários pontos de garimpo, alguns pontos bem estruturados, lojas, pontos de atendimento para as necessidades básicas dos garimpeiros. Verdadeiras linhas áreas, com rotas diárias com suprimentos e trazendo ouro extraído da terra indígena. A atividade de garimpo envolve uma série de outras atividades ilegais, como a venda de armas e drogas – são vários núcleos criminosos que gravitam em torno do garimpo”, destacou o delegado da Polícia Federal, Luiz Flávio Zampronha.

“A gente utiliza imagens diárias e alertas pra saber onde eles estão pra onde estão indo e essa plataforma (Brasil Mais) monitora desde 2020 o andamento do garimpo nessa região. É uma ferramenta acessível e ao mesmo tempo ela te entrega uma informação diária que ajuda a coibir a prática ilegal”, concluiu Zampronha.

A operação foi conjunta entre diversos órgãos federais e os 38 presos vão responder por crimes ambientais. Os agentes ainda trabalham no rastreamento do ouro e tentam identificar a cadeia comercial que possui ramificações em outros estados e tem ainda um esquema de exportação ilegal dos minérios para Europa, Estados Unidos e Ásia.

“Uma área complicada de se ter acesso e os criminosos usam essas dificuldades em seu favor. Mas são 180 agências que têm acesso e usam esses dados para evitar crimes”, informou Cristiano Cunha, que é coordenador do programa Brasil Mais, de monitoramento de satélite.

A área em questão possui mais de 27 mil indígenas em 331 comunidades em uma terra que foi reconhecida e homologada em 1992, pelo governo federal.

 

 

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