Devido às medidas de distanciamento social adotadas na tentativa de diminuir o risco de transmissão da covid-19 no Brasil, houve redução no número de doses aplicadas da vacina contra sarampo-caxumba-rubéola (MMR) em Roraima diminuiu em 61,9%, entre abril de 2019 a setembro de 2020. É o que concluiu o estudo realizado por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresentado na última semana.
Além da redução no estado, o número de imunizações diminuiu também no Acre (48,46%), Amazonas (28,9%), Paraíba (41,5%), Sergipe (47,5%), Rio de Janeiro (59,3%) e Santa Catarina (49,3%) e nas regiões Norte (33,03%), Nordeste (43,49%) e Sul (39,01%).
“Isso significa que temos a formação bolsões de indivíduos susceptíveis, o que favorece muito a circulação do vírus e a ocorrência de surtos de sarampo, como ocorreu aconteceu em 2019 que iniciou na região norte do país”, explica a professora Tércia Moreira, uma das responsáveis pelo estudo
Os resultados da pesquisa ainda revelam que antes da pandemia, a média do número de doses aplicadas no Brasil foi de 1,6 milhão. No período do estudo, a média caiu para 934,9 mil, o equivalente a uma redução de 43,17%.
“Depois de catástrofes, epidemias, tsunami, terremotos, a primeira doença infecciosa a surgir é o sarampo. O r/o da covid é em torno de dois, ou seja, o indivíduo doente transmite, em média, para outros dois suscetíveis. O r/o do sarampo é de um para 18, ou seja, uma pessoa doente pode transmitir para outras 18 pessoas suscetíveis. Então é por isso que preocupamos tanto com o sarampo”. finaliza a professora.