Uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBM-RR) localizou, na tarde desta quinta-feira (14), o corpo do segundo menino indígena, de 7 anos, que desapareceu na comunidade Makuxi Yano da Terra Indígena Yanomami em Alto Alegre, Norte de Roraima.
A criança brincava no rio Parima com um primo, de 5 anos, quando os dois foram “sugados” por um maquinário de garimpo instalado ilegalmente no local e desapareceram, segundo a Hutukara Associação Yanomami (HAY).
Segundo o CBM-RR, a área é de difícil acesso, por isso as equipes precisaram aguardar a liberação de uma aeronave para iniciarem as buscas.
Acusações
Além da Hutukara o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-Y) também denunciou o caso e acionou a Fundação Nacional do Índio (Funai) para providências.
“A situação exposta é gravíssima e deixa explícita a negligência do governo com os povos Yanomami, que vivem a mercê de invasores. O ocorrido nos leva a clamar às autoridades que protejam nossas crianças”, disse o Condisi-Y, em publicação nas redes sociais.
De acordo com a HAY, até setembro de 2021, a área de floresta destruída pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami superou a marca de 3 mil hectares – um aumento de 44% em relação a dezembro de 2020.
A entidade afirma ainda que, somente na região do Parima, onde está localizada a comunidade de Macuxi Yano, cerca de 118,96 hectares de floresta foram degradados. O aumento é de 53% em relação à dezembro de 2020.
“O aumento da atividade garimpeira ilegal na Terra Indígena Yanomami está se refletindo em mais insegurança, violência, doenças, e morte para os Yanomami e Ye’kwana. As autoridades brasileiras precisam continuar atuando para proteger a Terra-Floresta, e impedir que o garimpo ilegal continue ameaçando nossas vidas”, afirmou a entidade.