Os pais das crianças e adolescentes atendidos pelo programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), foram surpreendidos nesta quarta-feira, dia 14, com o novo organograma da Casa. Com a reestruturação, o programa que levava diversos cursos de forma gratuita à população mais carente foi extinto.
Eles aguardavam ansiosos a abertura de novas matrículas e o retorno das atividades, que estavam paralisadas desde o mês de janeiro, quando o deputado Jalser Renier (Solidariedade) saiu da presidência da ALE-RR.
Nas redes sociais, diversos pais lamentaram o fim do programa. “Triste notícia. Esperava que fosse dado continuidade ao projeto, tenho um filho autista que estava esperando o retorno para fazer parte do projeto. Minha filha está desde o início no coral. O que fica agora são apenas lembranças”, disse Danielle em um grupo de conversa por aplicativo.
Para a dona de casa Valéria Portilho, o sentimento é de revolta. A filha mais velha, Maria Fernanda, de 14 anos, fazia aulas de jiu-jitsu e a mais nova, Maria Clara, de 9 anos, fazia aulas de balé.
“Não terei condições de pagar para minhas filhas os cursos que elas faziam por meio do Abrindo Caminhos. Somos uma família de quatro pessoas e apenas o meu esposo está trabalhando, estou desempregada cuidando da casa e delas. Para mim é impossível pagar aula de balé, de informática ou de qualquer outra atividade”, lamentou.
Valéria disse ainda que aguardava a filha mais velha ser chamada para fazer um curso de informática. Ela lembrou que as filhas estavam empolgadas com um possível retorno do projeto, pois as aulas seriam em um prédio novo.
“A gente até se sente ofendida, pois era um projeto muito bonito. Me sinto paralisada com o fim do programa, pois vivíamos os sonhos delas. Então, dá uma dor no nosso coração, nós ficamos muito tristes porque são sonhos que foram interrompidos. É revoltante”, relatou emocionada.
REESTRUTURAÇÃO
No novo organograma da ALE-RR foi criada a Superintendência de Projetos Especiais que ficará responsável pelos trabalhos sociais. A reportagem entrou em contato com a Assembleia Legislativa e questionou se existe a possibilidade de retomada do projeto ou a criação de algo semelhante. Reforça que até o momento aguarda resposta.