Uma nova ferramenta calculou em cerca de R$ 2 milhões o valor dos danos ambientais e sociais ocasionados pela extração ilegal de 1kg de ouro na Amazônia. A “Calculadora de Impactos do Garimpo Ilegal de Ouro”, foi desenvolvida pelo MPF (Ministério Público Federal) em parceira com a organização CFS-Brasil (Conservação Estratégica ). O lançamento ocorreu nesta quarta-feira(9).
O valor é obtido com a combinação de critérios relacionados à quantidade de ouro extraída, ao tipo de garimpo, ao local da extração, à área e as populações afetadas, entre outros. Além disso, leva em consideração o desmatamento provocado, o assoreamento dos rios e as consequências da contaminação por mercúrio na natureza e na saúde humana.
Para o MPF, a calculadora deve contribuir na definição de políticas públicas de prevenção e combate à prática.
“A ferramenta nos ajuda a entender o real impacto do garimpo ilegal sobre o meio ambiente e as comunidades amazônicas. Confere mais segurança ao cálculo dos valores a serem requeridos na Justiça, os quais terão embasamento científico, refletindo a complexidade do fenômeno”, disse a procuradora da República no Amazonas, Ana Carolina Haliuc Bragança.
De acordo com o diretor da CSF-Brasil, Pedro Gasparinetti, a mineração ilegal de ouro vem aumentando na Amazônia, invadindo territórios indígenas e ocasionando danos à natureza e à saude da população.
A ferramenta mostrou, por exemplo, que os danos causados pelo garimpo ilegal na terra indígena Yanomami, em 2020, chegaram a quase R$ 600 milhões. Na Bacia do Tapajós, que representa 10% da Amazônia Legal, as extrações irregulares chegaram a R$ 5,4 bilhões.