O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) recomendou nesta quarta-feira (23), que o Governo do Estado e Secretário de Saúde garantam a oferta, imediata, de pelo menos 50 leitos de UTI e 50 leitos semi-intensivos, destinados ao tratamento da Covid-19.
Recentemente, a Área de Proteção e Cuidados (APC) foi repassada aos cuidados do Estado. Na recomendação, a Promotoria de Saúde requer que os equipamentos e leitos da unidade continuem sendo utilizados para o tratamento de pacientes vítimas da Covid-19, a fim de que seja suprida a necessidade de vagas.
O MP concedeu prazo de 48 horas para que o Estado informe quais medidas serão adotadas para o cumprimento da recomendação, haja vista a necessidade urgente de ampliação do atendimento aos pacientes vítimas do coronavírus no Estado.
Segundo informações do boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (22), o HGR segue pelo quarto dia com 100% dos leitos de UTI para tratar Covid-19 ocupados e os leitos clínicos com 86% de ocupação. Até o momento, a doença é responsável pela morte de 772 pessoas em Roraima.
Para o Promotor de Justiça, Madson Wellington Batista Carvalho, que atualmente responde pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, a superlotação somada à possibilidade de uma segunda onda, sobretudo, neste período de festas de fim de ano, pode gerar um caos sem precedentes no sistema público de saúde em Roraima.
“A superlotação é um pesadelo que influencia diretamente a gestão dos serviços públicos, principalmente hospitalares. Disponibilizar mais leitos é garantir maior tranquilidade à população, além de evitar com que os gestores tenham que adotar medidas mais restritivas”, destacou.
Em nota, a Secretaria de Saúde informa que não tomou conhecimento sobre a recomendação do Ministério Público de Roraima e tão logo receba a notificação, o documento será enviado para a área técnica para análise dos números e diálogo com o MPRR.
Informa ainda que seguindo o Plano de Contingência foi realizada a reabertura do Bloco D do HGR, que agora possui 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 16 leitos de enfermaria, totalizando 110 leitos para o tratamento de pacientes de COVID-19 no Hospital, sendo 30 leitos de UTI, 05 leitos Semi intensiva e 75 de enfermaria, distribuídos no Hospital.
O novo Bloco D conta com uma unidade de tratamento intensivo criada e disposta no formato das melhores práticas das UTI´s mais modernas existentes atualmente na rede pública de saúde, para atender as demandas da COVID-19.
A gestão ressalta que de acordo com o Plano de Enfrentamento ao Coronavírus (COVID-19), outras medidas podem ser adotadas no sentido de avançar ainda mais com o plano de expansão de leitos para que todas as demandas relacionadas ao atendimento de pacientes acometidos pela doença sejam atendidas de forma digna e com qualidade.