No último mês de novembro, um incêndio na Subestação de Macapá deixou dezenas de cidades no AP sem energia elétrica. Foto: Gabriel Penha/Estadão Conteúdo

Os senadores de Roraima Mecias de Jesus (Republicanos) e Telmário Mota (PDT) divergem sobre a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que retira um transformador da subestação Boa Vista para a subestação Macapá, no Amapá.

No último mês de novembro, um incêndio na subestação da capital Macapá deixou dezenas de outras cidades no estado do Amapá sem energia elétrica por 22 dias. Como resposta de ajuda, a diretoria da Aneel decidiu, em reunião extraordinária na sexta-feira passada, pela transferência onerosa do transformador.

Roraima possui apenas dois transformadores como este, que equilibram a diminuição da tensão elétrica para a distribuição de energia. Com a decisão da Aneel, o estado, o único do país que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional, ficará apenas com um equipamento.

Em entrevista ao Roraima 1, os representantes de Roraima no Senado Federal falaram sobre a decisão e o que têm feito pelo setor elétrico no estado.

Mecias de Jesus destacou que foi relator do projeto de autoria do senador Lucas Barreto (PSD-AP), que institui benefício aos consumidores de energia elétrica do estado do Amapá. Ele falou ter acompanhado de perto a decisão da Aneel e que considera uma medida emergencial e pontual.

O parlamentar disse ainda que a bancada de Roraima no Congresso tem buscado soluções para que o estado tenha estabilidade energética, sendo inserido no Sistema Interligado Nacional por meio do Linhão de Tucuruí.

“Também somos favoráveis à construção de hidrelétricas como a de Bem Querer e Cotingo, bem como incentivado junto ao governo do estado a vinda de empresas para a implantação de energias renováveis como a eólica, a solar e a de biomassa”, pontuou o senador.

O senador Telmário Mota discorda da decisão da Aneel e disse que na semana passada, em sessão remota, alertou ao governo federal que Roraima ‘será vítima de um grande apagão’, assim como o ocorrido no Amapá.

“Já temos uma situação precária de abastecimento. Como vamos “resolver” o problema dramático do estado vizinho?”, questionou o parlamentar.

Telmário disse que desde 2015, quando assumiu o mandato, acompanha e denuncia a situação frágil do setor elétrico no estado.

“Como senador, assim como toda bancada federal, cobramos diariamente uma resposta do Ministro de Minas e Energia e a Aneel, que agora prometem um cronograma real da obra do Linhão de Tucuruí para o início de 2021”, afirmou.

No atual cenário, Roraima Energia garante que não há risco de desabastecimento
No último dia 27 de novembro, o diretor da Roraima Energia, Rodrigo Moreira, garantiu que não risco de desabastecimento de energia no estado. A afirmação foi feita ao promotores do Ministério Público de Roraima (MPRR), em reunião virtual.

Rodrigo Moreira admitiu que a empresa lida com alguns fatores que dificultam a compra de óleo diesel em maior quantidade, mas a situação não oferece riscos.

“Não há risco de desabastecimento. Estamos comprando combustível todos os dias e temos estoque para quatro dias. Hoje, essa é a nossa autonomia e estamos em crescimento”, informou o diretor. Segundo a empresa, o objetivo é atingir estoque de combustível para dez dias.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here