Deputados querem criar uma comissão externa para acompanhar a crise energética no Amapá. O grupo faria um trabalho mais amplo, avaliando a situação de toda a Região Norte. A meta é visitar instalações também em Roraima, Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins.
O responsável por protocolar o requerimento de composição do grupo de trabalho na Mesa Diretora da Câmara, o líder do Podemos, deputado federal Léo Moraes (RO), quer o levantamento sobre a “real situação do fornecimento de energia” nos estados que permita que governos se antecipem e evitem novos episódios graves de desabastecimento.
Após 21 dias de crise, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), 100% do fornecimento de energia no Amapá foi restabelecido. No último episódio anunciado, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Terra de Direitos denunciaram o governo federal na Comissão Internacional de Direitos Humanos pela resposta que deu ao desabastecimento no estado.
No último domingo (22), moradores postaram vídeos na internet, com explosões na rede elétrica após o acionamento de geradores. O presidente da República, Jair Bolsonaro, visitou a região pela primeira vez e foi vaiado por moradores também no fim de semana.
Moraes destacou que o apagão no Amapá desperta a necessidade de um acompanhamento criterioso sobre a qualidade do abastecimento elétrico de toda a região, que já passou por apagões anteriormente. Ele aponta como fundamento o relatório do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), que mostra o Norte como a parte do país mais crítica no abastecimento elétrico. Segundo o relatório de 2018, esses estados têm uma Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora média de 32 horas, “e atende cinco milhões de unidades consumidoras”.
“O estado do Acre apresenta o pior desempenho na região, com DEC apurado médio de 48 horas. Naquele ano, o Centro-Oeste teve DEC apurado médio de 23 horas; o Sudeste, de 10 horas; o Sul, de 13 horas; e o Nordeste, de 15 horas. Assim, nenhuma região do Brasil tem tanto tempo de interrupção no fornecimento de energia quanto a Região Norte”, aponta o relatório.