Índios foram flagrados dormindo na praça do bairro Cidade Satélite (Foto: Reprodução)

Roraima foi o segundo estado com o maior número de indígenas assassinados do país. É o que aponta o relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nesta quarta-feira (30). Em 2019, foram 26 indígenas assassinados no estado, perdendo apenas para o Mato Grosso do Sul, onde 40 indígenas foram executados.

Entre as causas dos óbitos estão agressão por disparo de arma de fogo, agressão por objeto cortante ou penetrante e agressão por objeto contundente. De acordo com o estudo, os dados fornecidos pela Sesai sobre “óbitos resultados de agressões” não permitem análises mais aprofundadas, porque não apresentam informações sobre a faixa etária e o povo das vítimas, e nem as circunstâncias destes assassinatos. Eles ainda estão sujeitos à revisão, o que significa que a quantidade de casos pode ser maior.

MORTALIDADE INFANTIL

O relatório ressalta ainda um alto índice de “mortalidade na infância” (crianças de 0 a 5 anos),  no estado, que registrou a morte de 133 crianças, o segundo maior registro, perdendo apenas para o Amazonas. Em todo o país, a mortalidade infantil entre indígenas aumentou, saltando de 591, em 2018, para 825 em 2019.

Assim como os dados de assassinato, as informações da Sesai sobre os registros relativos a suicídio e mortalidade na infância são parciais e estão sujeitos a atualizações. Ou seja, estes dados podem vir a ser ainda mais graves.

OUTROS DADOS

Os dados apontam também que 2019 foi marcado pelo aumento exponencial de invasões, ações de exploração ilegal e danos às comunidades indígenas de todo País. Em foram registrados 256 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio” em pelo menos 151 terras indígenas, de 143 povos, em 23 Estados do País. Isso representa mais que o dobro dos 109 casos registrados em 2018.

Em Roraima, foram registradas três ocorrências, entre elas a invasão de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami. Entidades indígenas apontam que mais de 20 mil estão nas terras provocando impactos ambientais graves e ajudando a proliferar o coronavírus.

No Brasil, entre as principais motivações desses atos violentos estão a exploração ilegal de madeira, a abertura de garimpos e a expansão de áreas para produção agropecuária, além de pesca e caça predatórias e grilagem de terra.

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