Foto: arquivo

Vestido de sua fantasia de senador, mandato que ele e seus súditos ainda imaginam ter, Romero Jucá (MDB) age lépido e faceiro como se não fosse um dos maiores citados na Operação Lava Jato, que se tornou o símbolo do maior caso de corrupção na política em todo  mundo.

Até é possível imaginar Jucá sorrindo ao ver a Lava Jato ser enterrada, aos poucos, sem que ele tenha acertado suas contas diante de uma lista de 12 processos aos quais ele responde na maior Corte brasileira, o monstrengo pesado e lento chamado Supremo Tribunal Federal (STF).

Enquanto isso, sem ser alcançado pela Justiça, o ex-senador brinca de ser prefeito de Boa Vista, dando os comandos à prefeita Teresa Surita (MDB) como seu principal fantoche político para que ele consiga ser conduzido ao poder, projeto para que volte a ter imunidade e trânsito nos meandros da política em Brasília, onde ele conhece muito bem os dutos escorregadios cheios de lodo.

Bem que Teresa queria se livrar das garras pegajosas de Jucá, mas ela não consegue, porque o ex-senador também conhece bem o submundo de uma Prefeitura que mexe com contratos milionários, a exemplo das reformas de praças públicas, construção da nova orla, asfaltamento das áreas centrais da cidade, jardinagem e calçamento, além do recolhimento do lixo urbano, serviço esse que sozinho movimenta cifras impressionantes!

Teresa até gosta desse comando político externo de Jucá, que auto-proclamou prefeito ad hoc, porque assim sobra mais tempo para ficar na sua bolha virtual, o Twitter, onde ela constrói um mundo perfeito, cheio de emojis divertidos, e onde só aceita elogios e puxa-saquismo. Críticos e contestadores são bloqueados sumariamente.

Esse é o resumo de Jucá, que usa sua fantasia de senador para ser prefeito ad hoc, dando os comandos como mentor e mestre de Teresa Surita, acreditando que ela vai servir de escada, para não se repetir o cenário das últimas eleições, quando ele saiu derrotado, algo que Jucá jamais imaginava, pois esnobava reuniões políticas que não tivessem acima de cem pessoas presentes.

Jucá esnoba a Justiça, pois acredita piamente que jamais será alcançado diante desse cenário de velório que cercou a Operação Lava Jato. É o Brasil em que somente os pobres vão parar detrás das grades. Quem conhece os meandros da política fica sorrindo com canto de boca enquanto segue o cortejo fúnebre da maior operação contra a corrupção no país.

*Colunista

 

 

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