A anciã indígena Bernaldina José Pedro, mestra da etnia Macuxi em Roraima que faleceu por coronavírus em junho foi homenageada em memorial publicado no jornal norte-americano The New York Times, um dos maiores do mundo. O texto foi publicado nesta segunda-feira (3).
Na reportagem, o repórter Michael Astor afirmou Koko Meriná, como também era conhecida, “possuía uma riqueza de conhecimentos sobre canções, danças, artesanato, remédios e orações dos indígenas Macuxi que vivem no extremo norte do Brasil”. O jornal reconheceu também que Vovó Bernaldina “foi considerada uma voz respeitada na luta para estabelecer um território indígena de 4 milhões de acres [16 mil km ²], onde seu povo vive, na fronteira com a Guiana”.
Em 2018, Bernaldina ficou conhecida internacionalmente quando foi recebida no Vaticano pelo Papa Francisco. Na ocasião, ela e seu filho, o artista plástico Jaider Esbell foram apresentar a espiritualidade e a visão indígena da etnia macuxi em relação ao “grande mundo”.
A anciã ficou dez dias internada no Hospital Geral de Roraima (HGR) com a doença. Os filhos da anciã chegaram a fazer uma vaquinha na ‘internet’ para tentar a transferências de Bernaldina para um leito particular e também para a compra de balões de oxigênio, remédios, roupas e itens de higiene pessoal.
Vovó Bernaldina vivia na Comunidade Maturuca – terra indígena I Raposa Serra do Sol e faleceu aos 75 anos. Ela deixou sete filhos e 15 netos.