Prefeita Teresa Surita lançou plano para reabertura gradual do comércio na Capital (Foto: Cláudia Ferreira/PMBV)

Já era esperado que a prefeita Teresa Surita (MDB) fosse rever esse controverso plano de reabertura gradual do comércio boa-vistense. Inclusive esta coluna chegou a questionar isso, no artigo publicado no dia 15 de julho (veja aqui), uma vez que a Prefeitura precisa de mais tempo para justificar os gastos da montanha de recursos federais que ela recebeu para o enfrentamento ao coronavírus, cerca de R$140 milhões.

No anúncio feito pela prefeita, ficou claro que não se trata apenas de uma decisão administrativa pensando na coletividade, mas principalmente de uma jogada para fomentar a vergonhosa briga política a fim  de encobrir as graves falhas nas ações da Prefeitura de Boa Vista, a exemplo de não abrir mais postos de saúde para testar pessoas e entregar os kits de medicamentos, que é imprescindível para conter o avanço da doença, e alimentar  campanha eleitoral.

Por isso, ao anunciar a suspensão da reabertura do comércio, ela culpou de imediato o Governo de Roraima, afinal, Teresa caiu de cabeça na campanha eleitoral na tentativa de eleger seu candidato à Prefeitura, o seu vice Arthur Macho Filho, conforme já foi relatado por esta coluna (veja aqui). Então, essa briga com o governo é estratégica.

 

Sem interesse algum na testagem em massa

Teresa Surita foi para sua bolha virtual, o Twitter, mas lá ela começou a ser contestada (Imagens: Reprodução)

A prefeita Teresa Surita insiste em não fazer o correto: quanto mais pessoas forem testadas com rapidez, mais pessoas serão tratadas antes de o vírus avançar e, por conseguinte, menos pessoas terão seu quadro clínico piorado e, por sua vez, menos pessoas irão precisar ser internadas no Hospital de Campanha e no Hospital Geral de Roraima (HGR). Isso é tão óbvio que chega ser difícil acreditar que a prefeita não enxergue o que está cristalino.

Quando Teresa foi ontem para a sua bolha virtual, o Twitter, comentar que havia sido suspensa a segunda etapa da reabertura do comércio, os internautas reagiram, apontando as falhas no atendimento básico (como a falta de testes, que é essencial para combater o avanço do vírus de imediato), criticando a decisão de reabrir todos os órgãos municipais (o que fez disparar o número de servidores contaminados) e a prioridade nas ações municipais com suas obras milionárias.

O curioso é que Teresa não deletou as postagens que a contestam e a criticam, como ela sempre faz, mas deve ser porque já tinha dado tempo de fazer prints, o que sairia mais feio para a prefeita, caso ela deletasse as postagens que a desagradam. Então a saída foi seguir culpando o governo, alimentando a intriga com a finalidade de desviar o foco das atenções.

Se não houver uma mobilização rápida para massificar a testagem de pessoas, para conter a Covid-19, a tendência será o número de contaminados aumentar e, por conseguinte, superlotação nos hospitais e mais número de mortos. Afinal, a Prefeitura não consegue fiscalizar nem reprimir quem insiste em não usar máscara nem obedecer ao distanciamento social, já que a Prefeitura se nega a buscar ações conjuntas para enfrentar a doença.

 

Prefeitura ignora donos de quiosques fechados

 

Enquanto insiste em não adotar uma ação para massificação de testagem nos postos de saúde, o que iria facilitar que mais pessoas buscassem tratamento mais cedo, só resta à prefeita Teresa Surita ficar repetindo o conselho de usar máscara, como se fosse a principal e única política de prevenção.

A prefeita, além de determinar que os servidores municipais voltassem massivamente ao trabalho, não paralisou nenhuma das grandes obras, onde a aglomeração de pessoas é visível e também não aceita dialogar para tomar decisões que amenize a situação de pequenos empreendedores.

Já que a prefeita mandou desligar as luzes de praças e de outros logradouros públicos, o que obrigou os donos de quiosques a fecharem as portas, na mesma medida Teresa não aceitou suspender o pagamento das taxas desses quiosques, as quais se equivalem a um aluguel para esses empreendedores.

Mesmo com seus quiosques fechados, eles continuaram sendo obrigados a pagar o valor, que varia de R$60,00 a R$120,00 e que parece ser insignificante, mas que acaba pesando no orçamento familiar dessas pessoas que ficaram sem poder trabalhar por longos três meses em que as luzes das praças ficaram apagadas.

Não adiantou mobilização de vereadores, inclusive de sua base aliada, pois a prefeita ignora solenemente qualquer acordo ou entendimento que não parta dela ou de dentro de seu núcleo de atuação. Da mesma forma que ela se nega a conversar com alguém ou entrar em entendimento com o Governo do Estado, uma vez que ela só pensa em palanque eleitora.

Enfim, Teresa só pensa em eleições. Ela mergulhou de cabeça na campanha eleitoral de seu candidato para sucedê-la, já pensando em seu grande plano político, que é eleger-se governadora e ajudar seu mentor e mestre, o ex-senador Romero Jucá (MDB), voltar ao poder.

Que se dane o povo com o coronavírus…

*Colunista

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