O diretor-presidente da empresa CMOS Drake Nordeste, Marco Aurélio Félix, que forneceria respiradores para atender pacientes com covid-19 em Roraima, foi ouvido pela CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito), por videoconferência, nesta terça-feira (23). Ele afirmou que os aparelhos não foram entregues ao Estado porque a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) cancelou o contrato antes do prazo de entrega previsto.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Coronel Chagas (PRTB), além da CMOS Drake, outras duas empresas teriam apresentado cotações mais vantajosas ao erário público, uma norte-americana e outra nacional. Além disso, algumas inconsistências nas informações chamaram a atenção do parlamentar.
“Enquanto o dono da empresa diz que nunca fez contato com o senhor Érick Barbosa, nós temos provas nos autos que ele intercedeu cobrando pagamento e passando os dados bancários para pagamento e o empresário nega essa relação”, comentou.
Os representantes informaram que no contrato, os prazos estavam com quantitativo e prazos diferentes da proposta apresentada pela empresa. Questionado pelo relator da CPI, deputado Jorge Everton (MDB) sobre como houve o primeiro contato da Sesau com a Drake, Marco Aurélio contou que sempre foi por e-mail. Porém, Coronel Chagas apresentou uma conversa em que o senhor Érick Barbosa teria entrado em contato direto com um servidor da Sesau, para agilizar o depósito para compra dos equipamentos.
Marco Aurélio Félix foi enfático. “Eu não conheço essa pessoa, nunca falei com ninguém de Roraima, este documento é falso, a assinatura é falsa”, exclamou ao ressaltar que o único contato feito por alguém de Roraima foi com um procurador do Estado. “Nunca houve assinatura de contrato até hoje”, disse.
Os respiradores, segundo ele, foram encomendados de uma empresa chinesa e a devolução do valor pago pela Sesau só será possível quando a conta corrente da empresa for desbloqueada.