Denarium havia pedido à Assembleia autorização para vender complexo - Foto: Divulgação

Funcionários afastados da cooperativa Grão Norte entraram em contato com o Roraima1
para relatar que a cooperativa não mandou nenhum representante para fazer o acerto das verbas rescisórias ou pagar os salários após o sumiço de 200 mil sacas de grãos que estavam no depósito da cooperativa em um prejuízo que pode chegar até R$15 milhões.

Ainda de acordo com os funcionários, os diretores da cooperativa, por meio dos advogados, não se manifestaram sobre o pagamento dos direitos trabalhista dos 12 funcionários e indicaram alguns dos funcionários a cargos comissionados do governo estadual, para que eles não procurassem mais eles a respeito dos direitos.

“Isso em fevereiro, de lá até hoje nunca mais entraram em contato com nenhum dos funcionários, nem se quer pra falar uma possível data, não pagaram os salários e tão pouco dão satisfação sobre algo”, denuncia um funcionário que não quis se identificar.

Após o sumiço das sacas na cooperativa, os diretores decidiram afastar os funcionários. De acordo com os que entraram em contato com a reportagem, a direção alegou que que não havia condições financeiras para manter a cooperativa após o incidente.

“Nesse meio tempo eles induziram alguns funcionários a continuar trabalhando como vigilantes prometendo pagar os salários desses! O que também não aconteceu. Tentaram com os vigilantes fazer um acordo rescisório oferendo menos da metade do que é direito deles, e os demais funcionários deixaram de fora”, denunciou outro funcionário à reportagem.

O Complexo Agroindustrial Sinos Graneleiros de Monte Cristo tem capacidade para armazenar 27 mil toneladas de grãos, equivalente a 540 mil sacas de produtos. Em abril, a unidade da cooperativa foi repassada ao governo de Roraima após 20 anos sob a responsabilidade da Grão Norte. Desde então, está nas mãos do Executivo estadual. Na última semana, o governador Antonio Denarium (sem partido) enviou projeto de lei à Assembleia pedindo a permissão para a venda do complexo.

“Com isso, a secretaria de agricultura optou por contratar os antigos funcionários da cooperativa para continuar a trabalhar no local, porém apenas os vigilantes foram chamados”, complementa um dos denunciantes.

A reportagem tentou contato com o diretor administrativo da cooperativa, Afrânio Vebber, mas ele não atendeu as nossas ligações.

ERRATA: A reportagem esqueceu-se de entrar em contato com o Governo de Roraima, também citado na matéria. Em contato com a assessoria, segue o posicionamento enviado nesta quarta-feira (24) pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)

A Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) esclarece que a partir do momento que retomou o Complexo de Silos, unidade beneficiadora de grãos, localizada na BR-174, região do Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, identificou a necessitar de mão de obra especializada para algumas funções de operações nos silos, para que a manutenção do local fosse feita de forma técnica e responsável.

Contudo a oferta de mão de obra especializada para operacionalização de silos em Roraima é restrita, com algumas expertises muito específicas. Sendo assim, a Seapa contratou profissionais disponíveis no mercado roraimense e com expertise necessária.

A Seapa informa que a venda do Complexo de Silos, segue a política de aprimoramento da gestão pública e de foco no que é essencial para o Estado de Roraima.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here