Uma análise dos dados da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias roraimenses (ICF), divulgada pela Fecomércio RR na manhã desta segunda-feira (8), mostra que só nos últimos dois meses (abril e maio), a capacidade de compras do consumidor roraimense teve uma redução de 7,4%. O endividamento, inadimplência e a impossibilidade de pagar as contas aumentou pelo terceiro mês seguido e atualmente 31,6 mil famílias em Roraima seguem endividadas.
As dívidas das famílias e o período de instabilidade reduziram as vendas das empresas locais e os empresários se mostram menos otimistas. O Índice de Confiança do Empresariado do Comércio em Roraima retraiu 28% em apenas dois meses e apresenta o menor valor desde dezembro de 2016. O IBGE mostrou que no mês de março deste ano, o volume de vendas do comércio varejista de Roraima caiu 6,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda foi ainda mais acentuada no setor de serviços, que retraiu 8,5% em março.
De acordo com o economista Fábio Martinez, outro estudo feito pela Federação do Comércio mostrou que a crise econômica causada pelo novo coronavírus em Roraima forçou 43% dos entrevistados a reduzirem o seu quadro de funcionários desde o início das medidas de isolamento social, que começou em no mês de março. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério da Economia, mostrou que em abril deste ano foram extintos 1.044 postos de trabalho formais aqui em Roraima.
“A grande maioria destas perdas se concentrou no segmento de Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, onde foram extintos 492 empregos. No acumulado de janeiro a abril deste ano a retração já chega a 592 postos de trabalho perdidos só no comércio”, destacou o economista.
Assim como as atividades comerciais, o turismo também apresentou retração significativa em virtude da pandemia de COVID-19, tendo perdas de postos de trabalho formal principalmente no segmento de alojamento e alimentação (-118), que engloba as empresas de hotéis, pousadas, motéis, bares e restaurantes. Além das atividades de artes, cultura, esporte e recreação (-10); e de transporte, armazenagem e correio (-81), que engloba o transporte de passageiros, também extinguiram postos de trabalho no mês de abril.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o turismo em Roraima já começou a ter perdas significativas a partir de março deste ano, quando, depois de dois meses seguidos de crescimento no faturamento, houve uma retração de 16,58%, que representa uma perda de R$ 4,3 milhões.