Os deputados estaduais Soldado Sampaio (PC do B), que foi líder do governo na Assembleia até o ano passado, e permanece aliado, e Jorge Everton (MDB), que também integra a base do governador Denarium, falaram sobre a atuação do governo em relação à pandemia do novo coronavírus em Roraima. Para Sampaio, o governo precisa alinhar melhor suas ações e buscar união para reduzir os efeitos da crise da saúde em Roraima.
“Eu me considero amigo do governo Denarium, fui líder dele até ano passado, tenho sido leal nas votações, mas não vou abrir mão de manifestar aquilo que eu penso. Eu não vou afundar minha carreira política porque Antonio Denarium não quer nos ouvir. […] Eu quero aqui conclamar aos deputados da base, para que possamos construir esse entendimento para construir essa paz. Temos que conversar com o governador para evitar esses amadorismos, como ocorreu recentemente. É preciso de comando, de fato, e essa pessoa é o governador. Precisamos inaugurar o Hospital de Campanha, precisamos de tranquilidade e clareza do secretário de saúde e buscar a estabilidade”, declarou o parlamentar.
O deputado Jorge Everton, por sua vez, disse que estava preocupado com as vidas que se perdem, com os profissionais de saúde e segurança que estão adoecendo, e com a falta de diálogo.
“Estamos vivendo um momento de crise. A verdade e o sentimento que nos dá, é que o governo não está conseguindo se entender. Não tá havendo entendimento na própria base. Eu falei isso ao governador, antes dele adoecer. Fui enfático ao dizer que nem a base está se entendendo. A população não está satisfeita com o caminho traçado politicamente. […] A saída do Chefe da Casa Civil (Disney Mesquita) que era o canal de interlocução que ainda existia entre a Assembleia e o Poder Executivo. Essa saída dele mostrou que existe um racha interno no governo, entre os próprios aliados do governador, e isso está deixando, mais uma vez a população a ver navios, sofrendo com as mortes e o atendimento precário nas unidades hospitalares. Quando a pessoa se dispõe a entrar na vida pública, ela tem que abrir mão da individualidade dela, tem que pensar na coletividade social. Quem não quer enteder isso, que continue na vida privada. Parece que estamos em um navio sem comando”, declarou.